Com o objetivo de unificar ações do campo da oposição e do centro em resposta aos ataques recorrentes do presidente Jair Bolsonaro à democracia e às instituições do país, parlamentares e dirigentes de nove partidos se encontraram na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (15). A reunião contou com a presença de representantes do PCdoB, PT, PDT, PSB, PSOL, Rede, Cidadania, Solidariedade e PV.
As siglas decidiram formar um comitê pró-impeachment e articular a adesão de outras legendas, como PSD, PSDB, MDB e DEM, além de movimentos sociais e artistas, aos atos ‘Fora Bolsonaro’ programados para os meses de outubro e novembro.
O líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), avaliou que a reunião foi “um marco na luta pela democracia e pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro”. “Os partidos de oposição e centro na Câmara decidiram: vão estar unificados nas ruas nas próximas manifestações”.
Além do líder da Bancada, o PCdoB esteve representado no encontro pelas deputadas Jandira Feghali (RJ), Alice Portugal (BA) e pela presidente do partido e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos.
A primeira decisão do comitê pró-impeachment foi a convocação conjunta do ato Fora Bolsonaro, previsto para o dia 2 de outubro. A expectativa é contar com a adesão de governadores e prefeitos, em defesa da Constituição, da vida e do meio ambiente e o combate à fome, inflação e desemprego.
Outra manifestação nacional já está sendo organizada para o dia 15 de novembro, data que celebra a Proclamação da República do Brasil, assim como um ato amplo na Câmara dos Deputados, ainda sem data.
É hora de união
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que a hora é de unir todos que estão inconformados com os rumos que esse governo está conduzindo nosso país. “Nossa pauta é o impeachment já de Bolsonaro e esperamos reunir o maior número de pessoas possíveis para mostrar que nossa democracia é muito maior do que este profeta da ignorância imagina”, disse.
Lupi garantiu também que o grupo mantém conversas com PSD, DEM, MDB e Novo para se unirem em torno da agenda defendida pelos demais partidos. Algumas decisões já foram tomadas hoje para a manifestação do próximo dia 2 de outubro.
“Nossa ideia é que a mobilização seja nacional. Pela manhã, nos estados, nas cidades, e à tarde, na Avenida Paulista, onde todos os representantes partidários estarão reunidos”, finalizou Lupi
A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT, comemorou o resultado da reunião, celebrada no Dia Internacional da Democracia. “Só a união de forças políticas pode derrotar o golpismo, marcando o Dia Internacional da Democracia com quem defende as liberdades e a soberania popular”, escreveu em seu perfil no Twitter.
Para o líder da minoria, Marcelo Freixo (PSB-RJ), a unidade em torno do ato remete ao espírito do movimento Diretas Já. “Precisamos ir para as ruas, o governo Bolsonaro é uma ameaça à democracia. É nesse sentido que vários líderes políticos, de diversos partidos, estão convocando para o ato do dia 2. O Diretas Já foi o movimento que garantiu a nossa democracia e que agora a gente precisa lutar para manter”, disse o deputado.
De acordo com o líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), a reunião foi “extremamente importante” para a unificação das mobilizações contra Bolsonaro nos dias 2 de outubro e 15 de novembro.
“Já em 2 de outubro, com as centrais sindicais e movimentos populares, haverá ampla mobilização no Brasil, inteiro, nas pequenas, médias e grandes cidades, com atos em nome da democracia e em favor do impeachment de Bolsonaro”, disse ele. “A pauta é a do povo brasileiro, que é comida, emprego e contra a alta dos preços dos combustíveis e alimentos; ninguém aguenta mais!”.
“É, portanto, um gesto de generosidade desses partidos acolher o dia 2 como referência para uma primeira manifestação unificada. Bom começo!”, disse o presidente do PSOL Juliano Medeiros ao anunciar a construção unificada do ato pelos partidos.
Nos próximos dias, o trabalho será para garantir que todos e todas que são a favor do impeachment de Bolsonaro participem ativamente da construção das manifestações por todo o Brasil, com a adesão de cada vez mais setores políticos aos atos.
“Além de partidos de oposição e movimentos sociais queremos fazer algo ainda mais amplo, com a presença de governadores, artistas, personalidades diversas. Sem sectarismos, sem antecipar debates eleitorais, sem hostilidades. Vamos avançar e vamos derrubar Bolsonaro! Há esperança!”, completou Juliano Medeiros.
Fonte: PCdoB na Câmara e assessorias dos partidos
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