A Organização Internacional do Trabalho, OIT, revela que o trabalho informal representa 70% dos empregos criados desde o segundo semestre de 2020 em vários países da América Latina. No Brasil, por exemplo, a taxa é de 68%.
Segundo a agência da ONU, o desemprego e a queda da participação na força de trabalho persistem devido aos impactos da pandemia de Covid-19 na economia. A OIT pede mais ação para combater a crise e a criação de postos de trabalho de melhor qualidade.
Qualidade baixa
A recuperação econômica na região não é suficiente para trazer de volta os postos de emprego perdidos durante a pandemia. Com isso, o mercado de trabalho está marcado por uma alta taxa de desemprego e por uma forte prevalência do trabalho informal.
O diretor da OIT para América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro, declarou que a região não está criando empregos “com a qualidade e a quantidade” necessárias. Pinheiro avalia que a situação é “complexa, com desafios de grande magnitude.”
O representante lembra que os postos de trabalho informais geralmente “são instáveis, com salários baixos e sem direitos ou proteção social.” Vinícios Pinheiro destaca que a ligação entre emprego informal e desigualdades ficou ainda mais evidente.
Mulheres afetadas de forma desproporcional
A análise da agência da ONU revela ainda que medidas para combater a crise de saúde tiveram um forte impacto na renda das pessoas que já trabalhavam de forma informal. Os que ficaram sem trabalho não tiveram acesso à proteção social nem a possibilidade de realizar as funções de forma remota.
Segundo a OIT, ainda é preciso recuperar cerca de 30% dos empregos que foram perdidos desde o início da pandemia. Mulheres, jovens e pessoas com poucas habilidades profissionais foram afetados de forma desproporcional.
A agência explica que há mais de 15 anos, não se registava na América Latina uma taxa tão baixa de participação econômica das mulheres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário