sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Agências da ONU reforçam ajuda humanitária ao Haiti após terremoto BR

A Organização Internacional para Migrações, OIM, está entregando itens essenciais de higiene e abrigo a mais de 50 mil pessoas afetadas pelo terremoto, de 14 de agosto no sudoeste do Haiti. 

Segundo o chefe da agência no país caribenho, Giuseppe Loprete, muitos afetados vivem em áreas remotas onde a infraestrutura e as estradas foram gravemente atingidas, impedindo o acesso. 

Um trabalhador ajuda humanitário da ONU planeja as necessidades das pessoas afetadas pelo terremoto de magnitude 7,2 no Haiti
Ocha/Matteo Minasi
Um trabalhador ajuda humanitário da ONU planeja as necessidades das pessoas afetadas pelo terremoto de magnitude 7,2 no Haiti

Escolas e hospitais

Loprete reforçou o comprometimento em alcançar a população afetada também nas áreas mais remotas. Entre as 800 mil pessoas atingidas pelo terremoto, milhares estão deslocadas internamente e centenas desaparecidas. 

De acordo com dados oficiais, mais de 52 mil casas foram destruídas e 77 mil severamente danificadas, incluindo instalações essenciais como escolas e hospitais.

O tremor também causou avarias à ponte na cidade de Jérémie, uma das áreas mais castigadas pelo acidente natural, dificultando o acesso na região.

Campo de esportes em Les Cayes usado como acampamento temporário para pessoas desabrigadas pelo recente terremoto no Haiti
Ocha/Matteo Minasi
Campo de esportes em Les Cayes usado como acampamento temporário para pessoas desabrigadas pelo recente terremoto no Haiti

Covid-19

A situação é agravada pela pandemia de Covid-19 e a frágil situação de segurança do país, que complicam ainda mais a entrega da ajuda. No meio da estação de tempestades tropicais, o risco de chuvas fortes e inundações é mais alto criando desafios adicionais aos trabalhadores humanitários e para a população.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, 540 mil crianças podem deixar de ter acesso a água potável, aumentando o risco de doenças causadas pela falta de saneamento básico.

Segundo o representante do Unicef no Haiti, Bruno Maes, o país não tinha registros de cólera desde 2019. Com as dificuldades na saúde local após o tremor, o retorno dessa e outras doenças transmitidas pela ingestão de água contaminada cresce diariamente.

O Unicef pede ajuda para que autoridades locais assegurem que organizações humanitárias tenham condições para operar e levar assistência para comunidades afetadas.

A agência também solicita US$ 73,3 milhões para fortalecer as respostas ao terremoto e às pessoas deslocadas. Até o momento, apenas 1% do valor solicitado foi recebido.

A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, visita Les Cayes, no Haiti, após o terremoto
Ocha/Matteo Minasi
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, visita Les Cayes, no Haiti, após o terremoto

Arrecadações

A OIM possui um site para arrecadar fundos e continuar ajudando a população afetada. A agência atua em colaboração com autoridades governamentais na entrega coordenada de abrigos e utensílios domésticos. Até agora, mais de 10 mil famílias receberam ajuda.

Além de levar os principais itens de socorro aos afetados, as equipes da organização estão ajudando na coleta de dados oficiais e conduzindo avaliações com as autoridades haitianas. 
 

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