Acnur pede proteção de refugiados eritreus contra manipulação de partes em conflito na região etíope; PMA anuncia chegada de carregamento com 900 toneladas de víveres e outros artigos de emergência; Conselho de Direitos Humanos adotou resolução exigindo saída de tropas da Eritreia.
O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, disse estar extremamente preocupado com as condições dos refugiados eritreus que vivem na região de Tigray, nordeste da Etiópia.
O chefe da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, destaca que estes se encontram no meio do conflito de oito meses entre forças federais e da Frente de Libertação do Povo Tigray.
Violência
Dois acampamentos destes refugiados foram completamente destruídos, obrigando dezenas de milhares de residentes a fugir para salvar suas vidas. Grandi pede o fim da violência e da intimidação de refugiados eritreus.
O chefe da agência da ONU quer “não apenas que as partes cumpram suas obrigações legais internacionais, incluindo a proteção de civis, mas também parem de usar e manipular refugiados para ter ganhos políticos”.
Ainda nesta terça-feira, o Conselho de Direitos Humanos exigiu o fim imediato de todas as violações na região etíope. Uma resolução adotada pelo órgão realça que as tropas da Eritreia se retirem rapidamente da região “de uma forma verificável”.
Investigação
A decisão do Conselho passou com 20 votos a favor, 13 abstenções e 14 contra, incluindo da Etiópia e Eritreia. O apelo às partes envolvidas é para que cessem os abusos de direitos humanos e do direito internacional humanitário.
A resolução, proposta ao órgão de 47 membros pela União Europeia, também elogia o cessar-fogo unilateral declarado pelo Governo da Etiópia no mês passado e sua participação em uma investigação conjunta sobre a situação de Tigray.
O Conselho expressa grande preocupação com os abusos generalizados relatados na região nos últimos meses, incluindo “assassinatos em massa de civis e atos de violência sexual desenfreada”.
Alimentos
O documento destaca de forma particular a denúncia da participação de tropas eritreias em graves abusos, incluindo violações do direito internacional, que vem “agravando o conflito”.
De acordo com as Nações Unidas, 4 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar de emergência na região. O Programa Mundial de Alimentos, PMA, pediu o fim dos obstáculos para fazer chegar ajuda aos necessitados.
Na segunda-feira, a agência despachou um comboio de 50 caminhões na capital de Tigray, Mekelle, com 900 toneladas de alimentos e outros suprimentos de emergência.
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