Nas eleições municipais de 2020, “a antipolítica, o bolsonarismo, a extrema-direita e o lavajatismo foram os grandes derrotados”. É o que analisa Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB. Em informe feito nesta quinta-feira (19) à reunião da Comissão Política Nacional, Luciana afirmou que a esquerda, em contrapartida, “se mostrou com vitalidade”, ao mesmo tempo em que tentou se renovar.
“Os resultados da esquerda se deram após toda a perseguição e campanha de difamação decorrentes da derrota estratégica que sofremos em 2018. Há uma nova leva de quadros políticos que projetam uma renovação da disputa política no Brasil”, disse a dirigente comunista.
Como 57 municípios ainda realizarão segundo turno no próximo dia 29 de novembro, o balanço realizado pela Comissão Política do PCdoB é parcial. “O segundo turno vai ajudar a dar o tom político decisivo dos resultados eleitorais”, afirmou Luciana. Mas, segundo ela, algumas evidências e conclusões já sobressaem.
“Há uma mudança do quadro político. O terremoto que sacudiu o sistema político perdeu força”, disse a dirigente. “Uma vez que o sentimento que Bolsonaro canalizou não se reproduziu nesta eleição, a extrema-direita foi a principal derrotada nestas eleições.”
Elementos como a pandemia de Covid-19, o desgaste do governo Bolsonaro e a tática da frente ampla contribuíram para esse desfecho. Na opinião de Luciana, “a luta política travada ao longo de 2020 isolou Bolsonaro, que fez um recuo tácito de suas pretensões. Esta vitória é nossa”.
A crise sanitária e econômica, temporariamente mitigada pelo auxílio emergencial, evidenciou a falta de projeto para o País. Já a pandemia, além de seu custo em vidas, mudou o cenário das campanhas. “Foi uma eleição fria, distante, sem contato corpo a corpo – uma eleição que favoreceu as máquinas e que, por isso mesmo, restringiu a renovação geral.”
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