NAS ÚLTIMAS SEMANAS, estatísticas impressionantes têm circulado nas redes sociais sobre o boom da Amazon durante a pandemia e a riqueza obscena acumulada por seu CEO, o homem mais rico da Terra, Jeff Bezos. A empresa relatou uma receita de US$ 96,1 bilhões no último trimestre, o que, segundo o Institute for Policy Studies, significa que Bezos poderia pessoalmente pagar aos 876 mil funcionários da Amazon um bônus de US$ 105 mil, e continuar sendo tão rico quanto antes da pandemia. Trabalhadores de armazém nos EUA e Reino Unido, que são obrigados a ficar em proximidade perigosa enquanto lidam com as ondas de pedidos, receberam a oferta de um bônus de fim de ano de US$ 300. Muitos dando duro em outras áreas da vasta cadeia de fornecimento da Amazon vão receber bem menos, se é que receberão alguma coisa.
Várias publicações de negócio abordaram os bônus do império de trilhões de dólares como uma oferta generosa. “A Amazon gasta mais US$ 500 milhões em bônus. Alguns de seus funcionários ainda entram em greve”, diz a manchete da CNN Business. A noção transmitida é uma aparente incredulidade de que empregados que ganham salário mínimo queiram lutar por receber mais de uma companhia conhecida por abusar de seus trabalhadores, um exemplo sendo a pressão por produtividade que acabou com funcionários de armazéns alegadamente urinando em garrafas para evitar ter que ir ao banheiro.
Essa incredulidade é equivocada. Sim, trabalhadores da Amazon estão cada vez mais lutando por seus direitos, proteções e salário justo — e, pela primeira vez, a estratégia é internacional.
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