Crivella é acusado de integrar um esquema criminoso que consistia no repasse de propina de empresários para a prefeitura da cidade. Os pagamentos ocorriam para que os executivos obtivessem vantagens em contratos públicos e no pagamento de dívidas.
LAVAGEM DE DINHEIRO – Na denúncia oferecida à Justiça, à qual o Correio teve acesso na íntegra, o Ministério Público suspeita que a instituição religiosa foi utilizada para lavar dinheiro. “E ainda com relação à lavagem de dinheiro, chamam a atenção as estreitas relações religiosas mantidas entre o Prefeito Marcelo Crivella, Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Mauro Macedo, primo do fundador da referida Igreja, e Eduardo Benedito Lopes, Bispo da mesma Igreja, em cotejo com o Relatório de Inteligência Financeira n.º 42.938, mediante o qual foi identificada e comunicada movimentação financeira anormal no âmbito daquela instituição religiosa, na ordem de quase seis bilhões de reais no período compreendido entre 05/05/2018 e 30/04/2019, o que sugere a indevida utilização da Igreja na ocultação da renda espúria auferida com o esquema de propinas, até porque, como já observado, Mauro Macedo e Eduardo Benedito Lopes, ao lado de Rafael Alves, foram identificados como os operadores financeiros do grupo criminoso, ocupando, por assim dizer, o chamado “1º escalão”, afirma o Ministério Público.
As investigações foram feitas a partir de dados de instituições financeiras e de mensagens trocadas pelos investigados por e-mail e outras formas de comunicação. Está foi a quarta etapa das investigações. Nas fases anteriores, foram apreendidos celulares e computadores que subsidiaram as diligências.
“JUSTIÇA” – Crivella é sobrinho do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, uma das maiores instituições religiosas do país. Em breve entrevista coletiva pela manhã, quando foi ao Instituto Médico Legal (IML) realizar exame de corpo de delito, Crivella negou as acusações e disse “esperar por Justiça”.
O prefeito era identificado pelo nome de “Zero Um” em mensagens trocadas por WhatsApp pelos integrantes do grupo criminoso, de acordo com o Ministério Público. O Correio procurou a Igreja Universal para comentar o caso, e aguarda posicionamento. (Renato Souza / Correio Braziliense).
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