quarta-feira, 2 de setembro de 2020

TRUMP NÃO APRESENTA PROVAS PARA ALEGAÇÕES DE FRAUDE ELEITORAL

        

APÓS UM JUIZ FEDERAL da Pensilvânia exigir que Donald Trump apresentasse evidências para as alegações de fraude no sistema de votação por correio do estado, a campanha do presidente encontrou poucos casos de irregularidades nos últimos anos – nenhum deles envolvendo essa modalidade de votos. A revelação ganhou forma em 524 páginas produzidas pela campanha de Trump na segunda semana de agosto. A documentação enfraquece a alegação da equipe do presidente de que há um grande risco de fraude nos votos da Pensilvânia.


A campanha de Trump está processando a secretária comunitária da Pensilvânia, Kathy Boockvar, e cada uma das juntas eleitorais dos condados do estado, visando impedir que sejam fornecidas caixas de correio para o depósito seguro de votos – o que permite aos eleitores depositarem suas cédulas com as próprias mãos, sem precisar enviá-las pelo correio e evitando atrasos. A campanha de Trump alega que a prática “fornece aos fraudadores uma oportunidade fácil de se envolver na coleta de votos, manipulando ou destruindo cédulas, fabricando votos duvidosos e semeando o caos”.

Na semana passada, uma moção assinada pela entidade Citizens for Pennsylvania’s Future e pelo Sierra Club exigiu que a equipe da campanha de reeleição do presidente apresentasse evidências de fraude eleitoral, argumentando que os processos movidos pela campanha de Trump estavam “repletos de alegações obscenas e advertências nefastas” sobre as eleições na Pensilvânia e que a equipe do candidato “deve ser obrigada a fornecer descobertas sobre suas alegações de fraude ou ser impedida de prosseguir com tais demandas”. O juiz J. Nicholas Ranjan aceitou a moção, ordenando à campanha “apresentar as provas em seu poder e, se não as tivesse, que assim o declarasse”.


A resposta da campanha de Trump aos advogados responsáveis pela moção foi compartilhada com o Intercept e a Type Investigations. A documentação de 524 páginas apresenta exemplos escassos de fraude eleitoral – nenhum deles envolvendo votos por correio.


“A campanha não só fracassou em fornecer evidências de que a fraude eleitoral era um problema generalizado na Pensilvânia como tampouco apresentou qualquer evidência de má conduta nas eleições primárias ou de que a alegada fraude eleitoral seja um problema comum na Pensilvânia”, afirmou Suzanne Almeida, diretora interina da Common Cause PA, uma das partes que atuam no processo. A campanha de Trump não respondeu a um pedido de comentário para esta matéria.

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