Ministro também defendeu retorno imediato das aulas (Isac Nóbrega/PR)
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o “homossexualismo” vem da falta de atenção dos pais e de “famílias desajustadas”. Em entrevista ao Estadão, nesta quinta-feira (24), o representante ainda afirmou que acesso à internet para estudantes não é problema do MEC (Ministério da Educação).
Questionado sobre a discussão a respeito de bullying nas escolas, o ministro preferiu dar declarações preconceituosas sobre o que ele acredita serem as causas do “homossexualismo”. “Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, afirma.
“Por esse viés, é claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião. Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, declara.
Em seguida, a jornalista Jussara Soares questionou se esse posicionamento contraria a laicidade do Estado, que o ministro se comprometeu a defender. “Temos estados aí que têm professores transgêneros, isso não tem nada a ver comigo. Se ele não fizer uma propaganda aberta com relação a isso e incentivar meninos e meninas para andarem por esse caminho…. Tenho certas reservas”, responde.
O ministro usou o termo “homossexualismo” ao tratar sobre a homossexualidade, que possui uma qualidade pejorativa devido ao sufixo “ismo“, associado a patologias, doutrinas e ideologias.
Volta às aulas
O chefe da pasta também defendeu o retorno imediato das aulas nas escolas. No entanto, reconheceu que o ministério não tem como interferir na decisão, que fica a cargo de estados e municípios. “Por mim, voltava na semana passada, uma vez que já superamos alguns itens, saímos da crista da onda e temos de voltar”, opina.
Sobre a dificuldade de garantir que todos os alunos tenham acesso aos materiais disponibilizados pela internet, Milton respondeu que não seria através da pasta que essa questão seria resolvida. “Esse não é um problema do MEC, é um problema do Brasil. Não tem como, vai fazer o quê? É a iniciativa de cada um, de cada escola”, acrescenta.
O ministro ainda disse que pretende melhorar a valorização dos professores. Ele afirmou que a profissão hoje seria escolhida por aqueles que não têm outra opção. “Hoje ser um professor é ter quase que uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa. Está na hora de parar de ter como protagonista somente o aluno, a infraestrutura, a comida, o assistencialismo, e a gente olhar com carinho maior para os professores”, finaliza.
Edição: Marcela Gonzaga
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