Mais de 600 animais silvestres foram mortos em apenas um ano no trecho de 51 km que liga Cáceres à Serra do Cacho, nas BRs 174 e 070, em Mato Grosso.
O levantamento foi feito de fevereiro de 2015 à fevereiro de 2016 pelos estudantes Antônio Miguel Olivo Neto e Alan Santiago de Abreu, que estudam Engenharia Florestal no Instituto Federal de Mato Grosso no campus de Cáceres, a 250 km de Cuiabá.
O levantamento foi feito de fevereiro de 2015 à fevereiro de 2016 pelos estudantes Antônio Miguel Olivo Neto e Alan Santiago de Abreu, que estudam Engenharia Florestal no Instituto Federal de Mato Grosso no campus de Cáceres, a 250 km de Cuiabá.
“Escolhi esse trecho porque estudo em Cáceres, mas sou de São José dos Quatro Marcos e frequentemente faço esse percurso, onde vi que havia um elevado número de animais atropelados. O fato de ser um trecho dentro do Pantanal também motivou a fazer esse recorte”, disse.
O estudo foi realizado como trabalho de monografia e também como um projeto de pesquisa do IFMT, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat). Segundo o estudante, após o período de monitoramento da via, foram selecionados 12 pontos críticos de atropelamento, onde mais animais morreram.
“São pontos de áreas onde tem mais mata e água, onde existem poucas ou nenhuma placa informando da presença e travessia de animais silvestres e que, por não fazerem a roçada das margens, dificulta aos motoristas perceberem o animal que irá fazer a travessia da rodovia e atrapalha o próprio animal a perceber que um carro está se aproximando. A alta velocidade e o ato de alguns motoristas de ignorar as placas também contribui”, afirmou.
Ao longo do trecho de 51 km e realizando coletas de dados quinzenais foram encontrados 617 animais atropelados, sendo que as espécies mais encontradas mortas na rodovia foram tatus-peba (110), capivaras (91), lobetes (84), tatus-galinha (81) e jacarés (31).
O levantamento também mostra que há espécies ameaçadas de extinção que também foram encontradas atropeladas, como tamanduás-bandeiras, tatus-bola, ariranhas e antas. Além disso, em épocas de chuva, o número de animais atropelados aumentou em três vezes.
“Mas acredito que o número de animais que morreram vítimas de atropelamento nesse período pode ser maior, porque o animal pode ter morrido depois ou ter sido retirado pelo motorista após o acidente”, avaliou.
Segundo o professor e orientador do estudo, Everton José Almeida, a pesquisa tem por objetivo diminuir o impacto na fauna silvestre e sugerir formas de conscientização futura para que os condutores redobrem a atenção e reduzam a velocidade nos locais onde há possibilidade de travessia de animais.
“As pessoas precisam entender que há risco de morte para os condutores ao atropelar um animal como uma anta ou uma capivara, além do risco de causar um acidente ainda maior”, afirmou.
“As pessoas precisam entender que há risco de morte para os condutores ao atropelar um animal como uma anta ou uma capivara, além do risco de causar um acidente ainda maior”, afirmou.
Ação de conscientização
O estudante Antônio Miguel afirmou que, diante do quadro encontrado, foi verificada a necessidade de amenizar o “massacre da fauna da região”. Por isso, os dois estudantes que realizaram o projeto, bem como o professor orientador, devem fazer um ato de conscientização dos motoristas no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) neste sábado (30) pela manhã. Na ocasião, deverão ser distribuídos mil panfletos indicando os pontos de maior atropelamento e alertando para os riscos nesse tipo de acidente.
“Entre as medidas que podem ser tomadas estão ações de educação ambiental junto aos motoristas, como a que realizaremos no dia 30 de abril, levando informações aos motoristas, como uma forma de alerta para diminuir os impactos sobre a fauna e também os riscos à vida humana em acidentes envolvendo animais e veículos”, disse.
Fonte: Jornal Oeste
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