UN News/ Anton Uspensky
Debate na ONU abordou economias que somam cerca de 62% dos mais pobres do mundo
Grupo concentra cerca de 70% da população mundial; fragilidades foram reveladas nas áreas econômica, social e ambiental; desafios aumentaram na saúde, educação e administração pública.
A Assembleia Geral da ONU realizou esta quinta-feira uma reunião de alto nível sobre países de rendimento médio. São mais de 100 Estados-membros abrigando cerca de 70% da população mundial.
Na ocasião, o secretário-geral lembrou que o grupo de nações também integra diferentes níveis de renda, de US$ 1 mil a mais de US$ 12 mil anuais per capita com diferentes tamanhos da população, de atividade econômica e de geografia.
Comércio
A pandemia teve um efeito arrasador nessas economias que somam cerca de 62% dos mais pobres do mundo. O chefe da ONU disse que o coronavírus e as interrupções no comércio global expuseram e pioraram vulnerabilidades econômicas, sociais e ambientais.
FMI/James Oatway
Joanesburgo, África do Sul. Guterres disse que países de renda média precisam melhorar o acesso a tecnologias, pesquisa e inovação,
Um dos exemplos são limitações na saúde, sistemas de educação inadequados e limites na administração pública.
Segundo Guterres, muitas empresas enfrentam sérias dúvidas sobre como estruturar suas cadeias de suprimentos para protegê-las de futuras interrupções.
Ele disse que é necessário um sistema de comércio multilateral mais eficiente e previsível a futuros choques econômicos.
Crescimento
Guterres afirma que o financiamento será crucial com uma mudança gradual para setores de maior valor agregado, com foco no crescimento inovador, sustentável e inclusivo.
Os países de renda média precisam melhorar o acesso a tecnologias, pesquisa e inovação, bem como melhores práticas de gestão.
Com diferente acesso aos mercados financeiros, de produtos, e vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais estas fragilidades são “muitas vezes esquecidas devido à falsa percepção de que a renda é a única medida de desenvolvimento”.
UTI
Secretário-geral disse que a recuperação é o momento de enfrentar as fraquezas de longa data
Ele sugere que a ajuda oficial ao desenvolvimento e o financiamento externo também sejam considerados para minimizar as restrições financeiras em muitas economias de renda média.
Dívidas
O secretário-geral também pediu que se melhorem mecanismos e o ritmo da cooperação internacional para lidar com os níveis crescentes e insustentáveis de dívida em muitos deles.
Com dívidas aumentando mesmo antes da Covid-19, e agravadas pela pandemia, ele disse que para os próximos anos estas requererão um novo mecanismo com um menu de opções, incluindo trocas, recompras e cancelamentos de dívidas.
Citando o exemplo dos pequenos Estados insulares, Guterres destacou que o colapso do turismo prejudicou muito a capacidade de se saldar dívidas.
Para o secretário-geral, a recuperação é o momento de enfrentar as fraquezas de longa data na arquitectura da dívida internacional. Entre eles estão a falta de princípios acordados até reestruturações com alívio limitado dado muito tarde.
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