O amor à profissão e a vontade de proporcionar sempre uma educação de qualidade aos alunos da zona ribeirinha de Manaus, mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, levou a professora da Prefeitura de Manaus, Adriana Ribeiro, ao quadro do Fantástico, “Mulheres Fantásticas”. A reportagem foi ao ar no último domingo (11), e mostrou todo o empenho da educadora, que encontrou no trabalho realizado na escola municipal Paulo Freire, localizada à margem direita do Tarumã-Mirim/rio Negro, comunidade Agrovila, a força para superar a perda da mãe e do irmão.
A história dela, escolhida entre tantas outras do Brasil, foi uma forma de homenagear a todos os professores, afinal de contas, na próxima quinta-feira (15), é o dia deles, profissionais, que este ano, tiveram que se reinventar para ajudar alunos e familiares.
“Ficamos muito orgulhosos com mais esse reconhecimento nacional da nossa educação, que faz parte da elite da educação pública do país, como mostram os números do Ideb 2019 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2019). Com sua dedicação, a professora Adriana tem certamente contribuição importante nesses resultados positivos e representa um exército gigante de servidores comprometidos com a educação de qualidade, que faz a diferença na vida dos nossos mais de 240 mil alunos”, destacou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
De acordo com a secretária de Educação, Kátia Schweickardt, a pandemia da Covid-19 provou que os professores são essenciais para que a educação verdadeiramente aconteça, já que muitos precisaram se reinventar nesse período tão difícil para todos.
“A Adriana é um belo exemplo desses nossos guerreiros da educação. Tivemos que suspender as aulas presenciais, em função da pandemia, mas não deixamos de fazer nosso papel. Continuamos incentivando a participação e engajamento das famílias e apoiando os nossos educadores, que também precisaram se reinventar nesses últimos meses. Tudo em busca de dar continuidade ao fluxo de aprendizagem e construir, na urgência, o futuro”, parabenizou a secretária.
O quadro “Mulheres Fantásticas” conta, por meio de ilustrações e animações, a história de mulheres que fizeram a diferença no mundo, tudo é narrado por uma personalidade. Neste domingo, a atriz Débora Bloch contou a trajetória de Armanda Álvaro Alberto, que morreu em 1974, e foi responsável por implantar a merenda escolar nas escolas brasileiras e se tornou exemplo de força e luta em prol da educação.
A exemplo de Armanda, a professora Adriana Ribeiro, que faz parte da rede municipal há nove anos, faz a diferença na vida dos alunos da escola Paulo Freire, que em meio a pandemia do novo coronavírus, seguiram recebendo uma educação de qualidade.
“Mostrar o meu trabalho para o Brasil no Fantástico, vai ficar gravado para sempre na minha memória. Espero que essa reportagem mostre para muitas pessoas o quanto os professores devem ser valorizados. Nós professores só queremos o melhor para vida dos nossos alunos e buscamos sempre a melhoria diariamente. O professor precisa ser visto com um outro olhar”, declarou a professora.
Rotina
Antes da pandemia, todos os dias, a professora Adriana saia de casa, na zona urbana da capital, às 5h, para pegar a lancha e seguir para a unidade de ensino Paulo Freire, em uma viagem de aproximadamente 40 minutos.
Com as aulas presenciais suspensas, a Prefeitura de Manaus, em parceria com o governo do Amazonas, implantou o “Aula em Casa”, disponibilizando conteúdos pela televisão aberta e por meio da internet para os alunos. Mas os estudantes da zona ribeirinha não dispõem de internet e nem de energia elétrica, por isso o apoio dos professores foi fundamental para que eles não fossem prejudicados.
A escola disponibilizou a internet aos alunos e professora Adriana criou um grupo de conversa com os pais para manter contato com as crianças e gravou vídeos com conteúdos específicos. Além disso, a educadora entregava material impresso aos alunos, pelo menos duas vezes ao mês. Com toda essa dedicação, mostrada ao Brasil, a professora conseguiu fazer com que todos os alunos dela acompanhassem as atividades.
“Posso dizer que sou uma pessoa muito feliz, acredito que as coisas não acontecem por acaso. Deus me colocou nessa comunidade carente para eu valorizar mais a vida. Sou apaixonada pela escola que leciono e pelos meus alunos. Posso dizer que sou muito grata aquelas crianças que me dão tanto carinho, não há dinheiro que pague”, disse Adriana.
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