O diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da USP, Anthony Wong, é defensor do isolamento vertical desde o início da pandemia, sem fechamento das escolas, e considera o chamado lockdown “uma política insensata”. Ele disse que alguns países asiáticos adotaram de forma bem sucedida essa estratégia do isolamento apenas vertical, com o uso de máscaras generalizado. Também favorável à volta imediata das escolas, Wong destacou que as crianças são menos suscetíveis à infecção e conseguem eliminar o vírus mais rapidamente.
Ele acrescentou que a exposição ao sol e a saúde mental ajudam na imunidade, assim como o uso de máscaras, já que, dessa forma, as pessoas recebem quantidade menor de vírus e vão adquirindo imunidade.
Essa também é a visão do infectologista Paolo Zanotto, que acrescentou que casos de reinfecção por novo coronavírus devem ser raros. Ele disse que há queda de anticorpos contra a doença, sim, depois de um tempo, mas isso não quer dizer que as pessoas não estejam protegidas, já que “as células de memória serão reativadas” com nova exposição ao vírus.
Ela salientou que estimativas mostram que a doença tem menos de 1% de mortalidade e que hoje há mais depressão, violência doméstica e fome, por exemplo, porque as pessoas estão dentro de casa.
Sobre o “desenvolvimento acelerado de vacinas como solução possível para promover a imunidade”, ela disse que o momento é de discussão sobre a validade das vacinas, "porque elas não têm a segurança e a eficácia de longo prazo comprovada”.
Na visão da imunologista, as rígidas normas internacionais para a aprovação de vacinas deve ser seguidas também para a aprovação da vacina para Covid-19. Ela acredita ainda que é direito do cidadão não ser vacinado.
O tema é controverso na Câmara dos Deputados. Alguns parlamentares defendem a obrigatoriedade da vacina. Está em análise na Casa, por exemplo, o Projeto de Lei 5040/20, que prevê que a pessoa que se recusar a tomar a vacina contra a Covid-19 sofrerá as mesmas consequências de quem não vota e nem apresenta justificativa à Justiça Eleitoral.
Outros deputados acreditam que o tema não deve ser debatido num momento em que os testes ainda não foram concluídos.
Reportagem - Lara Haje
Edição - Natalia Doederlein
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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