Ferido no confronto entre indígenas e militares que deixou uma pessoa morta na manhã desta sexta-feira (22) em Kumarakapay, na Venezuela, Marcel Perez, de 30 anos, afirmou que o exército venezuelano usou munições de armas de fogo, e não balas de borracha.
"Em vez de conversar pacificamente, eles simplesmente ultrapassaram a barreira de forma agressiva, usando bombas de gás lacrimogênio, apontando fuzis e lamentavelmente o resultado foram 14 feridos e uma morte com arma de fogo", disse ao G1 o indígena da etnia pémon.
Ele foi internado no hospital Délio Oliveira, de Tupinambá, por volta do meio-dia desta sexta, mas
recebeu alta horas depois.
O local do incidente fica a cerca de 70 km de Santa Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil, que está fechada por ordem do presidente Nicolás Maduro. Apesar do bloqueio na fronteira, por volta das 9h locais (10h, pelo horário de Brasília), os guardas liberaram a passagem para o lado brasileiro de duas ambulâncias venezuelanas com pessoas feridas.
"Nós, como o povo nativo desta terra, firmamos nossa oposição dizendo ao governo que não vamos permitir a entrada de militares para provocar confrontos contra o povo de Santa Elena, na fronteira", afirmou Perez. De acordo com ele, havia mais de 200 indígenas pémon no local.
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