Fortes, empoderadas e apaixonadas pelo serviço público. Elas trabalham no Departamento de Polícia Técnica (DPT) e são exemplos de determinação para as conquistas de direitos que as mulheres buscam há anos. Socorro de Maria de Araújo Alves, Maria Alice Senna e Ana Cecilia Bandeira são peritas que ocupam cargos de destaque em importantes setores da instituição.
Diretora do Instituto de Identificação Pedro Mello, a perita criminal Socorro de Maria de Araújo Alves, 52 anos, é servidora pública há 22. Engenheira elétrica e nascida em Belém do Pará, chegou a Salvador acompanhando o marido em busca de emprego. Mas, por não admitir abrir mão de sua independência financeira, tratou logo de procurar um trabalho, decidindo fazer concurso público para o DPT, em 1995.
Nem a gravidez precoce impediu que desistisse dos sonhos. “Jamais me abati, mesmo com as dificuldades que nós, mulheres, enfrentamos”, afirmou, lembrando que não tendo onde deixar a filha, a levava para o trabalho. “O que me deixava ainda mais forte”, recorda.
Vaidosa pelo que faz, deixa uma mensagem para as mulheres que buscam assumir cargos de chefia: “nunca desistam, saibam que nosso caminho é mais longo e que os obstáculos devem servir como estímulos e não como empecilhos”.
Outra profissional de destaque na Polícia Técnica é a perita médico-legal Maria Alice Senna, 49 anos, vice-diretora do Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IML) há sete anos. “É um universo muito diferente da atuação médica, um verdadeiro desafio”, explicou, ao ressaltar as dificuldades por conta do preconceito e dos múltiplos afazeres.
Casada, mãe de duas filhas, confessa não se encaixar no perfil de mulher dependente. “Poucos valorizam nosso papel de mulher multitarefas. A sociedade espera de nós uma dedicação total para a casa, para o marido e para os filhos e esse não é meu perfil de mulher”, ressaltou.
Perita criminal e mestre em Química pela Universidade Federal da Bahia, Ana Cecilia Bandeira, 50 anos, é a atual vice-diretora do Laboratório Central de Perícia Técnica (LCPT). Ela revela a importância de lutar pelos objetivos traçados. “A motivação tem que vir da gente, precisamos ter força para continuar mostrando nossa competência”, ensinou.
Mãe e dona de casa, não considera estes fatores obstáculos na luta para atingir suas metas. Aprovada no concurso público de 1994, já atuou nas coordenações de Análise Instrumental (verificação de drogas in natura) e de Toxicologia Forense (constatação de substâncias tóxicas em materiais biológicos).
Atualmente em um cargo administrativo de destaque, diz que a nova posição foi uma grande mudança em sua carreira. “É desafiador e atribuo esse convite ao meu desempenho técnico durante esses mais de 20 anos”, diz orgulhosa.
Fonte: Ascom/ Natália Verena
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