É uma noite muito triste para todos os trabalhadores brasileiros. Parlamentares, herdeiros de famílias tradicionais na política, que dificilmente precisariam trabalhar em alguma empresa, demonstraram não compreender as dificuldades trazidas para a classe trabalhadora com a aprovação da terceirização irrestrita. De fato, a precarização atinge não apenas os trabalhadores de baixa escolaridade (o que já seria terrível); mas, também, atinge cargos técnicos na indústria, no comércio e na área de saúde, educação, e em todas as demais áreas produtivas, fazendo com que o trabalhador perca a referência e o "pertencimento" ao corpo social de uma empresa. É a derrocada da falácia da "missão", "visão" e "valores" partilhados, pois se potencializará a alienação do trabalho com a reificação onde o trabalhador mais facilmente será tratado como uma peça fungível, avaliado pelo cumprimento de metas (sempre absurdas), que são exigidas pela tomadora, da empresa que detém o "passe" de sua força produtiva. Aguentarão, os trabalhadores, os 49 anos necessários para conseguir a aposentadoria? Serão eles arregimentados, ainda, após os 40 anos de idade? Ou, serão descartados, mais facilmente na maturidade, a fim de que jovens possam doar sua vida e vigor para o lucro não apenas do empresário tomador, mas do agiota de suor alheio...? Pior de tudo isso é que quem perde os direitos parece está mais preocupado, hoje, com o resultado do jogo de futebol ou do Big Brother... Continuarão a votar, no próximo pleito, em candidatos que nunca precisaram de anotações em CTPS.
Giovanni Porto, Juiz em Campina Grande - PB.
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