sábado, 25 de março de 2017

Policial encontra na sala de aula chance de mudar futuro


A certeza de que a educação pode mudar o mundo e transformar cidadãos levou a subtenente PM Adriana Luzia Almeida de Santana optar por atuar nas salas de aula do Colégio da Polícia Militar (CPM) da Ribeira. Pedagoga por formação, está há quase 22 anos na PM e há 11 integra o quadro da unidade de ensino.

Já trabalhou em diferentes áreas da corporação e foi a primeira mulher a guiar carros grandes do Corpo de Bombeiros. Aluna da terceira turma da hoje extinta Companhia Feminina, onde ficou por dois anos, Adriana também passou pelo 16º Batalhão de Polícia Militar, na época localizado na orla marítima de Salvador, e pelo corpo de profissionais do Núcleo de Formação de Primeiros Soldados BM e Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP).
A vivacidade e a agitação dos alunos motivam a policial, que educa crianças com idade entre 10 e 15 anos, da 5ª série ao 3º ano. “Gosto de ensinar Português, mas hoje sou responsável pelo conteúdo de Ciências”, relatou. Com cerca de 22 alunos por turma, garante que, embora professora, é uma eterna estudante. “Estou sempre aprendendo coisas novas”, ressaltou.

Há 11 anos no CPM, onde também é comandante do Pelotão de Alunos da 5ª e 6ª séries, aprendeu a manter um relacionamento com os alunos baseado na disciplina e na confiança. “Muitos deles vêm para um colégio de formação militar por decisão dos pais e isso, às vezes, gera resistência”, afirmou e explicou ainda que os pais encontram nela um bom ouvido e conselhos.
A prova de que esta convivência entre estudantes e professora está dando certo são as cartinhas de agradecimento, as declarações de afeto e as boas notas nas avaliações da meninada. No último 17 de março, a subtenente Adriana foi homenageada pela turma do 5º ano de 2016, com um certificado de 'Professora Preferida'.

Desde 2015 ela se tornou supervisora da 'Ronda Escola de Salvador e Região Metropolitana', atuando no controle das viaturas responsáveis pelas ações voltadas para prevenir e reprimir a violência e o tráfico de drogas nas unidades de ensino e no acompanhamento de delegações de colégios procedentes de municípios baianos, que vêm à capital em viagens de estudos ou em outras missões.
Pioneira

Adriana sempre se destacou na Polícia Militar: conquistou o 10º lugar no Curso de Formação de Soldados e, em janeiro de 1998, foi a primeira mulher a se capacitar e a operar veículos motomecanizados dos bombeiros militares. “Fui a segunda melhor da turma do curso de Condutor e Operador de Veículos, que tinha 17 homens e eu apenas como mulher”, enfatizou, observando que já tinha experiência em manobrar veículos pesados, guiando o caminhão do pai.

Habilitada na categoria C, que permite pilotar automóveis grandes, concluiu o curso de formação e passou a dirigir diferentes caminhões do Corpo de Bombeiros, como os de autobusca e salvamento, autobomba tanque (usado para apagar incêndio) e autoescada.

Recorda também das dificuldades enfrentadas tempos depois em sua vida pessoal. Após um aborto espontâneo, conseguira engravidar do pequeno Ricardo Adryan, hoje com quatro anos, e foi obrigada a abrir mão do último mês da licença-maternidade para fazer o Curso de Aperfeiçoamento de Sargento, necessário para ser promovida a subtenente. “Durante três meses ia para casa, na hora de almoço, tirar leite e amamentar”, declarou, esclarecendo as dificuldades em conciliar o trabalho policial com a maternidade.

Na instituição ela também conheceu o amor e já tem data marcada para trocar aliança, durante casamento coletivo promovido pela Polícia Militar, com o soldado Reinaldo Santos Brito. “Nossa relação é baseada na conversa e confiança”, garantiu.

Fonte: Ascom/Marcia Santana

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