Ao ler o jornal pela manhã na frente da pequena Maria Fernanda Porfírio, na época com apenas cinco anos, Fernando José Porfírio não imaginava que iria, mesmo sem querer, influenciar as escolhas da filha. Enquanto o pai lia as notícias policiais, ela pedia sempre mais detalhes dos casos. A garota, atenta, mais tarde combateria a criminalidade como delegada de polícia.
Com personalidade forte, pulso firme e experiência adquirida nos mais de 20 anos de Polícia Civil, a atual Diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), Fernanda Porfírio, coordena, há cerca de três anos, 42 delegacias instaladas em Salvador e Região Metropolitana (RMS). “Mantenho a porta sempre aberta, seja para bater um papo ou resolver alguma crise”, contou a delegada.
Sempre ciente de investigações de crimes e ações ilícitas, ela utiliza a fé como escudo. Ao entrar em sua sala, no primeiro andar do prédio sede da PC, na Piedade, é possível sentir os cheiros marcantes de arruda e alecrim, ervas conhecidas por atrair energia positiva e absorver as negativas. “Um agente que trabalha comigo me traz galhos frescos toda segunda-feira”, revelou Fernanda, desvendando o truque utilizado para começar bem a semana. Além das muitas flores que adornam o ambiente, as imagens de Santo Antônio e Santa Bárbara, dos quais ela é devota, também estão sempre perto.
Auxiliada por uma equipe bem preparada, arruma tempo para fazer atividades com o filho, um jovem que já começa a seguir os passos da mãe e estuda direito, além de praticar boxe, onde “dispensa as energias contidas”. Ela também não abre mão de ir ao salão e a missa todos os domingos.
Entusiasta
Após ter passado por diversas unidades, incluindo algumas em que, mais tarde, se tornaria titular, e integrado grupos especializados, Porfírio lembra situações que a tornaram mais forte e amadureceram sua carreira. “Quando titular da 9ª Delegacia Territorial (Boca do Rio), uma presa que chegou infectada passou mal. Fiz tudo que pude para reanimá-la”, explicou. Mesmo com as manobras de primeiros socorros e ressuscitação, a criminosa faleceu.
Realizada na profissão, se mantêm entusiasta. Acredito que a bandidagem nunca será maior ou mais forte que a polícia. “Nós temos toda a técnica, expertise e o preparo para combater a criminalidade e, isso me mantém idealista e entusiasta”, concluiu Porfírio.
Fonte: Ascom/Marcia Santana
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