Leandro Rodrigues e Vanessa Kannenberg
Cinco pessoas de uma mesma família — idosa, casal de filhos e dois netos— foram encontradas mortas dentro de uma residência no bairro Jardim Itu-Sabará, em Porto Alegre, nesta quinta-feira. Um bebê, de cerca de um mês de vida, que estava desaparecido, foi encontrado pela polícia somente após uma busca na residência. Ele estava debaixo do corpo da mãe.
As vítimas foram identificadas como Lourdes Felipe, 64 anos, os filhos Walmyr Felipe Figueiró, 29 anos, e Luciane Felipe Figueiró, 32 anos, e os netos João Pedro Figueiró, cinco anos, e Miguel, de um mês, ambos filhos de Luciane.
De acordo com o delegado Paulo Grilo, três dos corpos tinham marcas aparentes de tiros, menos o de Walmyr e o do bebê, mas somente a perícia vai poder determinar com precisão. Pela cena do crime, a mãe pode ter morrido tentando salvar o filho.
— A mãe tinha um tiro nas costas, o bebê não tinha marcas e ela estava sobre ele. Me parece um gesto de defesa — afirmou Grilo.
Nenhuma arma foi localizada na residência, apenas cápsulas de munição. A principal hipótese é de que houve execução, mas nenhuma possibilidade está sendo descartada.
Vizinhos relataram que não viam movimento na casa desde a sexta-feira passada. Por isso, alertaram uma filha da moradora do local, que foi até lá e encontrou os corpos. Imediatamente ela ligou para a Brigada Militar, que foi até o número 635 da Rua José Marcelino Martins e isolou a casa para o trabalho da perícia — que precisou usar até mesmo máscaras em razão do forte cheiro dos cadáveres (foto abaixo).
O delegado confirma que os corpos estavam em estado avançado de decomposição e que provavelmente as vítimas foram mortas há cerca de uma semana, mas somente a necropsia deve confirmar o tempo.
A casa estava com o portão de entrada trancado, mas as demais portas estavam destrancadas. Dentro do local, objetos e móveis estavam revirados.
— A casa estava de cabeça para baixo. Mas não que alguém tenha feito isso, era costume da família, conforme relato da irmã (de Luciane) — contou Grilo.
Os investigadores localizaram 10 petecas de droga junto ao corpo de um dos mortos, o rapaz de 29 anos. Não se sabe se é crack ou cocaína. Apesar disso, o delegado evita fazer relação da chacina com o tráfico de drogas ou qualquer outra motivação.
— É muito cedo. É preciso esperar pela perícia e necropsia, ouvir testemunhas e conhecidos, e analisar toda a situação para estabelecer conclusões — concluiu Grilo.
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