quarta-feira, 8 de junho de 2016

Mãe de vítima de estupro coletivo diz que tentou evitar fuga dos suspeitos


Vítima chega à Gerência de Polícia do Interior para prestar depoimento (Foto: Beto Marques/G1)
Vítima chega à Gerência de Polícia do Interior para
prestar depoimento (Foto: Beto Marques/G1)
“Eu escutei um gemido no banheiro. Quando eu entrei, eu bati na porta do banheiro e vi os quatro caras pelados. Todos pelados e ela já deitada no chão sem roupas, desmaiada. Aí eu fechei a porta do banheiro e pedi socorro pro guarda que estava no outro lado, só que eu não tive força para ‘sustentar’ a porta. Eles arrombaram, bateram na porta e saíram correndo, todos pelados. Mãe nenhuma aguenta isso que estou passando. Eu sinto muita angústia”, disse em entrevista para a TV Clube, afiliada Globo do Piauí.
Segundo a polícia, menina foi violentada dentro de banheiro do ginásio poliesportivo (Foto: Erivaldo Paraguai/Arquivo Pessoal)
Segundo a polícia, menina foi violentada dentro no
ginásio (Foto: Erivaldo Paraguai/Arquivo Pessoal)
De acordo com a polícia, quatro pessoas são suspeitas de participação no estupro, entre elas, três adolescentes. O crime ocorreu na noite dessa terça-feira (7) em um ginásio poliesportivo e a menina foi encontrada desacordada pela mãe em um dos banheiros do local.
A menina, que também participou da entrevista, contou que tomou um refrigerante oferecido pelos suspeitos e depois disso só lembrar que acordou no hospital. “Disseram para mim que era uma coca (refrigerante) e eu disse 'não, não quero tomar', insistiram até que uma hora eu tomei e depois de dois copos eu já não lembro o que aconteceu. Foi a hora que eu me apaguei. Só fui lembrar o que estava acontecendo quando eu estava no hospital”, afirmou a vítima.
A mãe contou que a menina está com várias marcas pelo corpo, inclusive nos seios, que teriam sido causadas pelos suspeitos. “Ela está toda marcada. Ela está toda marcada nos seios. A coisa mais horrível que tem”, falou a mãe.
Ainda na noite de terça-feira a menina foi encaminhada para Teresina para ser submetida a exames e na manhã desta quarta-feira (8) recebeu atendimento no Serviço de Atenção a Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Sanvis) na Maternidade Dona Evangelina Rosa.
Vítima e familiares prestaram depoimento a uma delegada na Delegacia Geral ainda nesta quarta. Os três adolescentes foram apreendidos e o adulto detido. Todos estão na delegacia de Canto do Buriti. Em depoimento à polícia, os suspeitos falaram que ofereceram bebida alcoólica e que o ato sexual teria sido consentido.
Outros casos de violência sexual
No dia 20 de maio, quatro adolescentes foram apreendidos e um rapaz de 18 anos foi preso por suspeita de participação no estupro coletivo de uma garota de 17 anos, encontrada em uma obra abandonada, amarrada e amordaçada. Seis dias após as detenções, uma decisão judicial  mandou que os menores fossem liberados da delegacia. Eles seguem sendo investigados em liberdade.

Os advogados dos adolescentes suspeitos, Osorio Filho e Paulo de Tarso, afirmaram que vários pontos mostrados na investigação mostram que não houve participação dos jovens no crime. Segundo os advogados, a vítima não reconhece os quatro adolescentes como sendo seus agressores.

Um outro estupro coletivo ocorrido em Castelo do Piauí, Norte do estado, chocou o país pelos requintes de crueldade praticados contra quatro amigas que saíram para fotografar em um ponto turístico da cidade. O crime aconteceu no dia 27 de maio do ano passado.

Quatro menores e mais um adulto, identificado como Adão José da Silva Sousa, foram apontados pelo Ministério Público Estadual e pela polícia como autores da série de atrocidades cometidas contra quatro garotas que foram estupradas, agredidas e arremessadas do alto de um penhasco de cerca de 10 metros de altura. Uma delas, Daniely Rodrigues, não resistiu aos graves ferimentos e morreu após 10 dias internada na UTI do Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Piauí não aceitou a tese de que os três adolescentes condenados pelo estupro coletivo de Castelo do Piauí não tiveram participação no crime e foram obrigados admitir culpa. O recurso da Defensoria Pública, julgado nesta sexta-feira (3), pedia a absolvição dos jovens por falta de provas, mas o argumento não foi aceito pelo pleno do TJ, que decidiu pela manutenção da medida sócio educativa. O quatro adolescente envolvido, foi espancado até a morte dentro do alojamento do Centro Educacional Masculino (CEM) quando já cumpria medida socioeducativa.

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