O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a extração de minerais, metais e outras matérias-primas valiosas representa uma “conjuntura crucial” entre recursos, ecossistemas e pessoas.
O chefe da ONU participou em uma Mesa Redonda Global sobre a Transformação das Indústrias Extrativas para o Desenvolvimento Sustentável, esta terça-feira, que reuniu líderes e ministros de 19 países.
Importância
Guterres disse que é uma “responsabilidade compartilhada” garantir que “os benefícios dos recursos minerais alcancem todas as pessoas na sociedade, não apenas as elites, salvaguardando o ambiente natural hoje e para as gerações futuras.”
Essas indústrias extraem matérias-primas da terra, incluindo petróleo, carvão, metais preciosos e outros minerais, por meio de perfuração, bombeamento, extração e mineração.
O secretário-geral contou que este setor desempenha um "papel dominante" nas economias de 81 países, gerando grandes receitas em moeda estrangeira, investimento estrangeiro direto e receitas do governo.
Estes países produzem um quarto do Produto Interno Bruto, PIB, global, mas abrigam metade da população mundial e quase 70% de todas as pessoas que vivem em extrema pobreza.
Corrupção
Além disso, dos 72 países de renda média ou baixa do mundo, 63 aumentaram sua dependência das indústrias extrativas nas últimas duas décadas.
Guterres lembrou que alguns chamam as extrações de minerais como "maldição dos recursos", por causa de sua associação a corrupção, degradação ambiental, perda de biodiversidade, conflitos armados e outras violações dos direitos humanos.
Para ele, estes recursos precisam ser administrados “de forma sustentável, inclusiva e equitativa”, tendo em consideração as necessidades e os direitos das mulheres, povos indígenas, comunidades locais e outras partes interessadas.
Imperativos
O secretário-geral destacou depois quatro imperativos, começando com a melhoria da governança, incluindo monitoramento independente e tratamento da corrupção, má gestão de receitas e fluxos financeiros ilícitos.
Em segundo lugar, o chefe da ONU defendeu que os países devem reduzir suas receitas de dependência dessas indústrias, diversificando suas economias, adaptando os sistemas tributários e acelerando uma transição justa para funcionários e comunidades dependentes.
Em seu terceiro ponto, Guterres defendeu mais investimentos em um futuro de baixas emissões, alinhando todas as finanças públicas e privadas do setor com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, e o Acordo de Paris.
Para terminar, ele destacou a necessidade de maior coordenação regional e global para “administrar choques e garantir um processo de transição suave, justo e sustentável.”
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