Se depender da professora Isabel Cristina Maciel Luz, 48 anos, o homem acusado dematar o seu cachorro Theo com um chute, em abril, vai pagar pelo crime prestando serviços a entidades de proteção animal. Ela fez a orientação após o Ministério Público e o acusado, Jorge Gilberto Lima dos Santos, firmarem acordo nesta quinta-feira para uma transação penal que extingue os processos de maus-tratos e ameaça que constam contra Santos. Cabe à assistência social, após entrevista com o denunciado, definir, com base no perfil de Santos, onde serão prestadas as 20 horas mensais, por até um ano, de serviços comunitários definidas no acordo.
— Para ele foi bom, pois essa transação termina agora com os processos. Portanto, ele não vai a julgamento, não tem sentença, não é condenado e continua como (réu) primário. Nem se pode dizer que ele é culpado, pois o processo se encerrou antes desta etapa — disse o advogado Carlos Neri Borges da Silva.
No entanto, conforme o Ministério Público, o acusado não pode cometer nenhuma infração criminal por cinco anos, sob pena de perder o benefício.
Segundo a professora, Santos teria chutado o seu yorkshire porque o cão fez xixi em frente ao prédio onde ele mora, no bairro Santana, em Porto Alegre, no dia 28 de abril. O denunciado, então, teria iniciado uma discussão com a dona do animal, antes de dar um chute em Theo, o arremessando para o outro lado da rua.
Mesmo tendo sido levado ao veterinário para uma cirurgia de emergência, Theo, que tinha 11 anos, não resistiu aos ferimentos. Diagnosticado com hemorragia interna e traumatismo craniano, além de ossos quebrados e fígado e baço fraturados, ele sofreu uma parada respiratória e morreu.
A filha de Isabel, Luyen Acosta, de 15 anos, contou que, quando Theo fez xixi no local e o vizinho a chamou, ela teria se virado para pedir desculpas, enquanto ele, de repente, chutava o cachorro por baixo da barriga. A defesa de Santos não quis se pronunciar sobre a veracidade dos depoimentos de Isabel e Luyen:
— Não vamos entrar nesse mérito para não acalorar a discussão e não ofender mais a dona do cachorro. Optamos pelo acordo justamente para não entrar no mérito — finalizou Carlos Neri Borges da Silva.
Após denúncia da família, foi aberto um inquérito para investigar o caso na 11ª Delegacia de Polícia da Capital. Na semana seguinte foi marcada uma "cãominhada" para pedir justiça pela morte do yorkshire.
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