Penitenciárias fechadas, lucro garantido
Assim que tomou posse para o segundo mandato, uma das principais medidas do petista Camilo Santana, reeleito governador em 2018, foi a nomeação do policial civil Luís Mauro Albuquerque como secretário de Administração Penitenciária. Antes de chegar ao Ceará, ele liderou uma força-tarefa no presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, após um massacre que deixou 27 mortos em uma disputa de facções.
Logo que assumiu o cargo, o novo secretário deu início a uma reestruturação no sistema penitenciário cearense. A ideia, em tese, era diminuir o poder das facções e a quantidade de presos no interior. A maior parte dos 23 mil detentos do estado (82%) foi centralizada em unidades prisionais na região metropolitana de Fortaleza. Em maio de 2019, após concluído o processo de reestruturação, 98 cadeias do estado deixaram de existir.
Mais uma vez, a empresa de Mattos foi uma das principais beneficiadas.
Em um dos contratos da sua empresa com o estado, por exemplo, a previsão era fornecer alimentos para 850 detentos de cinco cadeias públicas além da Casa de Albergado de Sobral. Das seis unidades que constavam no contrato, porém, restou apenas – a Unidade Prisional de Sobral, que, em abril, tinha 105 detentas.
Procurei a Secretaria de Administração Penitenciária, que me disse que o valor desse contrato foi “reduzido em 45,55%”. Porém não há qualquer informação no aditivo do contrato assinado em sua renovação, em 2019, sobre quanto a empresária Mattos está realmente ganhando ao fornecer comida para um número oito vezes menor de detentos.
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