O Ministério Público Estadual (MPE) quer identificar e ouvir o responsável pelas informações contidas na mensagem propagada desde o último fim de semana, em redes sociais e aplicativo de mensagens, alertando a população sobre um possível desabamento da ponte que liga os bairros Coroa do Meio e 13 de Julho. No conteúdo, as informações são atribuídas a um arquiteto e urbanista vinculado ao Conselho de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (Condurb), sem identificá-lo.
Promotor de justiça titular da Promotoria do Meio Ambiente, Eduardo Matos afirmou, nesta terça-feira, 15, que vai notificar o Conselho para que identifique o profissional a fim de que ele possa ser ouvido pelo MPE. “Queremos que ele apresente uma perícia técnica que fundamente o que disse. Não dá para ser no olhômetro. Queremos ouvir as razões para ele ter dito isso. É preciso ter responsabilidade com o que se fala nas redes sociais. Esse caso teve bastante repercussão e criou um determinado pânico”, frisou o promotor.
O trabalho do Ministério Público, segundo o promotor, começou logo após dezenas de ligações sinalizando preocupação com o ‘alerta’ da mensagem que circula no ambiente digital. “Ontem mesmo eu conversei com o coordenador da Defesa Civil e o presidente da Emurb [Empresa Municipal de Obras e Urbanização]. Fomos tranquilizados quando explicado que não há risco de desabamento. Foi informado que a ponte precisa sim de uma reforma, mas a estrutura não está comprometida a ponto de representar um risco para quem a atravessa”, disse o promotor.
Ciclovia
Na mensagem propagada, um dos trechos afirma que Prefeitura e Governo têm ciência do possível risco de desabamento. “Lembram da promessa de João Alves de fazer uma ciclovia ao lado da ponte? Não foi feita porque nenhum engenheiro quis assinar, pois sabem do risco de desabamento”, afirmou o autor da mensagem. Mas, segundo Eduardo Matos, a informação foi desmentida pelo ex-secretário da Emurb. “Ontem mesmo liguei para o Luiz Durval [ex-secretário] e ele me informou que a ciclovia só não foi feita porque o orçamento ficou acima do previsto, e não por algum risco na sua estrutura. Demandaria mais recursos por causa do tamanho e tipo da ponte”, conta.
Ponte liga bairros na zona sul de Aracaju (Foto: Ana Lícia Menezes)
Procedimento no MPE
Mesmo com o descarte do risco de desabamento, o Ministério Público decidiu abrir um procedimento e solicitou a Defesa Civil e ao Município os laudos e documentos que avaliem a estrutura das pontes em Aracaju, prevendo também as suas manutenções. A intenção é que a Defesa Civil aponte quais as pontes com maior necessidade de reparos.
A PMA, por meio de nota, já havia afirmado na segunda-feira que a mensagem se trata de boato e não há risco de colapso da estrutura da ponte.
Por Ícaro Novaes
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