Explica-se: Lula nem esperou a reunião com os partidos aliados de Rui Costa, hoje, no Hotel da Bahia, para bater pé firme que é contra Rui Costa concorrer ao Senado em 2022 e deixar o cargo de governador para Leão por oito meses. Isso era tudo que Leão queria. O ex-presidente tirou o doce da boca da criança.
E mais: Lula afirmou ainda, em discurso na Assembleia, que o candidato dele a governador é Jaques Wagner (PT) e a senador é Otto, tirando de Leão também qualquer chance de pensar em pleitear uma das duas vagas dentro do grupo que está unido há quase 15 anos na Bahia.
Otto, que tem adotado um estilo mais conciliador do que Leão, vibrou, e ainda prometeu trabalhar por Lula dentro do PSD nacionalmente, ganhando pontos extras. Mas o que resta ao PP de Leão?
Se contentar em indicar o candidato a vice na chapa de Wagner, que, pela lei eleitoral, não pode ser de novo o próprio Leão ou um parente do felino, que já foi reeleito para o cargo.
Se rugir mais alto, o pepista pode ainda pleitear mais espaço no atual ou no futuro governo ou, ainda, fechar um acordo que envolva a presidência da Assembleia Legislativa em 2023. Claro, para que isso ocorra Wagner terá que ganhar em 2022, uma tarefa nada fácil.
É muito improvável que Leão imite Geddel Vieira Lima, rompa com o governador e se lance candidato ao Palácio de Ondina. Ele sabe que as únicas chances de se manter no poder, com todos os agregados dele, é se apegar a quem tem voto de fato na Bahia: o grupo liderado hoje por Lula e Rui Costa – as pesquisas mostram que Wagner sozinho não tem pontos suficientes para vencer – ou ACM Neto (DEM), que está liderando.
(Por Alexandre Reis, jornalista)
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