quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Guterres pede fim imediato da violência na Etiópia, acesso humanitário e diálogo BR

 


Secretário-geral divulgou o apelo numa declaração a jornalistas na sede da ONU, em Nova Iorque, onde também falou do Afeganistão e da crise humanitária no Haiti após o terremoto de 14 de agosto e a tempestade tropical Grace, no início desta semana.

As Nações Unidas lançaram um apelo para um cessar-fogo imediato na Etiópia e o início de um diálogo político, liderado pelos etíopes, que possa levar ao fim da violência no país africano. 

O apelo do secretário-geral, António Guterres, também inclui a restauração do acesso irrestrito para passagem de ajuda humanitária e o restabelecimento de todos os serviços básicos nas áreas afetadas pelos combates.

Milhões de pessoas precisam de assistência e proteção de emergência com a crise no norte da Etiópia
© UNICEF/Christine Nesbitt
Milhões de pessoas precisam de assistência e proteção de emergência com a crise no norte da Etiópia

Tigray

Os confrontos entre tropas do Governo da Etiópia e forças regionais de Tigray, no norte do país, levou a “condições infernais”, segundo o chefe da ONU.
Ele disse que não existe solução militar para o conflito e que a situação na Etiópia afeta toda a região.

Para Guterres, os etíopes já sofreram demais. Milhões de pessoas precisam de ajuda após a infraestrutura ter sido destruída nos confrontos.

O apelo do chefe da ONU ocorre no Dia Mundial Humanitário, neste 19 de agosto, quando ele também lembrou do sofrimento de civis no Afeganistão, após a tomada de poder pelo Talebã, no domingo. 

Os confrontos entre tropas do Governo da Etiópia e forças regionais de Tigray, no norte do país, levou a “condições infernais”, segundo o chefe da ONU
© UNICEF/Christine Nesbitt
Os confrontos entre tropas do Governo da Etiópia e forças regionais de Tigray, no norte do país, levou a “condições infernais”, segundo o chefe da ONU

Direitos humanos

António Guterres afirmou que a ONU continuará ao lado do povo afegão trabalhando por paz, direitos humanos e oportunidades para todos.

Sobre o Haiti, atingido por um terremoto no sábado, que afetou mais de 1,2 milhão de pessoas, Guterres anunciou que está enviando sua vice-secretária-geral à ilha caribenha para analisar formas de aumentar o apoio aos sobreviventes do sismo. Metade das vítimas do tremor de 7.2 na escala Richter são crianças.

Guterres anunciou que está enviando sua vice-secretária-geral ao Haiti para analisar formas de aumentar o apoio aos sobreviventes do sismo
© UNICEF/George Harry Rouzie
Guterres anunciou que está enviando sua vice-secretária-geral ao Haiti para analisar formas de aumentar o apoio aos sobreviventes do sismo

Isil ou Daesh

O secretário-geral conversou com a imprensa em frente ao Conselho de Segurança, que momentos antes emitiu uma declaração separada sobre o relatório do secretário-geral ao Conselho a respeito da presença do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, também conhecido como Daesh.

Na nota, os 15 países-membros manifestaram preocupação com as ameaças do Isil na internet e fora dela e como o grupo continua recrutando para suas fileiras.O Conselho citou a ameaça do grupo terrorista à paz e segurança internacionais e o atentado de 19 de julho em Bagdá.

A atuação do Isil na África também preocupa ao órgão que destacou a importância de medidas de contraterrorismo para conter o grupo.

A atuação do Isil na África também preocupa ao órgão que destacou a importância de medidas de contraterrorismo para conter o grupo
Unicef/Gilbertson V
A atuação do Isil na África também preocupa ao órgão que destacou a importância de medidas de contraterrorismo para conter o grupo

Coroa de flores

A reunião ocorreu neste 19 de agosto, Dia Mundial dos Trabalhadores Humanitários, e horas após o chefe da ONU, António Guterres, depositar uma coroa de flores em tributo aos funcionários da organização mortos no ataque à sede da ONU em Bagdá, em 19 de agosto de 2003.

No ataque, foram assassinados 22 trabalhadores da ONU incluindo o brasileiro Sergio Vieira de Mello, que era o alto comissário de Direitos Humanos, e estava em missão no Iraque para chefiar a Missão.

Guterres lembrou que o trabalho humanitário é perigoso, e que os ataques a esses profissionais têm aumentado nos últimos 20 anos.
Somente de janeiro até agora, 72 trabalhadores humanitários foram mortos em serviço.

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