Agências oficiais disseram que autoridades estenderam estado de emergência e prometem realizar eleições em 2023; chefe militar Min Aung Hlaing declarou-se primeiro-ministro e revelou abertura para trabalhar com futuro enviado regional.
O anúncio pelas autoridades sobre a extensão do estado de emergência e a realização de eleições até meados de 2023 em Mianmar “não vai para a direção certa”, um ano depois da tomada do poder pela força.
As declarações foram feitas esta segunda-feira pelo porta-voz das Nações Unidas, em Nova Iorque. Stephan Dujarric respondia a um jornalista que questionou sobre as novas revelações das autoridades militares quanto à sua permanência do poder.
Presos
Para o representante da ONU, este anúncio “está afastando ainda mais a comunidade internacional daquilo que os Estados-membros têm apelado: um retorno ao regime democrático, a libertação de todos os presos políticos e o fim da violência e da repressão.
Neste domingo, o chefe militar Min Aung Hlaing disse ter assumido as funções de primeiro-ministro em um governo interino recém-formado. Em 1º de fevereiro, a ex-líder birmanesa Aung San Suu Kyi foi derrubada do cargo e indiciada por corrupção.
Agências de notícias informaram que passado meio ano após o exército ter tomado o poder, Min Aung Hlaing expressou sua prontidão para trabalhar com um futuro enviado regional.
Durante o período, pelo menos “930 pessoas foram mortas nas mãos das forças de segurança, enquanto outros milhares ficaram feridas”. As Nações Unidas defendem que muitas delas foram mulheres e crianças.
Cidadãos
Pelo menos 3 mil pessoas continuam detidas, “incluindo políticos, autores, defensores dos direitos humanos, professores, profissionais de saúde, funcionários públicos, jornalistas, monges, celebridades e cidadãos comuns”.
Para o porta-voz da ONU, esses números revelam que a situação continua a ser extremamente preocupante. Em seis meses após a tomada do poder, a situação é precária e implicações mais amplas ameaçam a estabilidade regional quando agravadas pela Covid- 19 .
As Nações Unidas consideram que “uma resposta internacional unificada permanece primordial”.
Em nota separada, o Fundo de População da ONU e a ONU Mulheres em Mianmar alertaram que a crise política agravada, associada à situação de saúde e à intensificação dos combates, coloca mais mulheres e meninas em risco este ano.
Ajuda
As duas entidades alertam que “uma piora da situação socioeconômica que levou centenas de milhares de pessoas a precisar de ajuda humanitária”.
As agências apontam que mulheres e meninas têm estado na linha de frente como líderes de organizações da sociedade civil. Elas lideram ações de rua como “funcionários públicos, ativistas, jornalistas, artistas e influenciadores exercendo seus direitos fundamentais para expressar suas esperanças para o futuro” do país.
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