Uma jovem de 21 anos expulsou um homem de um ônibus, no Rio de Janeiro, ao perceber que ele estava com o órgão genital para fora da roupa, sentado ao lado dela. Mariana Muharre gravou o momento em que reagiu contra a importunação sexual. Ela publicou as imagens no Instagram, na quarta-feira (11), e tem recebido apoio desde então.
Na postagem, Mariana conta que tudo ocorreu no dia 6 de agosto. Ela explica que homens eram maioria entre os presentes no momento e que ninguém fez nada, exceto uma outra mulher que estava distante e gritou contra o agressor. Nas imagens, é possível ver que a jovem grita para que o motorista abrisse a porta do coletivo.
“Desde que eu entrei nesse ônibus, o que é que você está fazendo? Sabe qual é a sua sorte? É que eu não estou com a minha faca aqui hoje”, diz a autora da postagem, que trabalha numa loja de shopping. Em seguida, a jovem se levanta e vai para o corredor, forçando o homem a deixar o banco também. “Está achando que estou brincando?”, questiona, ao perceber que o assediador não sairia do coletivo por conta própria.
Diante da revolta de Mariana, o homem argumenta que vai descer por estar passando mal, o que ela nega. “Passando mal um c*****, seu tarado”, grita ela. “Tá com o p** pra fora do meu lado”, emenda. “É assim que a gente trata filho da p***”, finaliza ela antes de o vídeo terminar.
Desabafo
Na legenda da postagem em que relata a importunação sexual, a jovem faz um alerta e pede que as pessoas ajudem as mulheres, em situações como a enfrentada por ela. “Aconteceu o que eu sabia que poderia acontecer, a gente que é mulher põe o pé pra fora de casa pensando em como não morrer, pensando em como não ser assediada e como não ser estuprada”, escreveu em um trecho.
“A resposta é que não é há como, a mudança é devagar mas só vejo retrocesso, ninguém me ajudou, ninguém fez nada, uma mulher mulher que estava até bem distante gritou, com cerca de 90% das pessoas presentes sendo homens, que na internet dizem ‘se eu tivesse lá mataria’, justos os que não fazem NADA”, continuou.
“Sempre seremos nós por nós, num ato desse desses criei a coragem que não sabia que tinha, dois minutos depois liguei pra minha mãe chorando e toda bravura esvaiu, veio o vazio, a tristeza, a vulnerabilidade. Ajudem nossas mulheres, protejam nossas meninas”, completou a jovem.
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