É celebrado neste sábado, 29 de agosto, o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Instituída pela Lei Federal nº 7.488/96, a iniciativa tem como objetivo a sensibilização e mobilização da população para o reconhecimento dos danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco, que é um problema de saúde coletiva. O Ministério da Saúde estabeleceu como tema deste ano o Tabagismo e a Covid-19.
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina, substância presente nos produtos à base de tabaco. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o uso do tabaco é responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), aponta que 428 pessoas morrem todos os dias por causa da dependência da nicotina.
O usuário de nicotina tem potencial risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer, acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos. A dependência também está associada às outras doenças crônicas como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose e catarata.
NOVO CORONAVÍRUS – O tema Tabagismo e a Covid-19 alerta a população sobre o uso dos produtos fumígenos em todas as suas formas, seja cigarro, charuto, cigarro eletrônico, narguilé como fator de risco para a transmissão do coronavírus e para o desenvolvimento de formas mais graves da Covid-19.
Os dados do sistema Notifica Covid-19 apontam que do total de casos de infectados pelo Sars-CoV-2 que têm alguma outra doença preexistente, o tabagismo está em segundo lugar, ficando atrás apenas de hipertensão como o maior quantitativo de pacientes com comorbidades.
Os registros de casos da Secretaria da Saúde indicam que 27% dos pacientes são hipertensos e 10% do total são tabagistas. Uma doença preexistente não exclui outra, assim, a pessoa pode ser tabagista, hipertensa e diabética, por exemplo.
A chefe da Divisão de Prevenção e Controle de Doenças Crônicas e Tabagismo, Rejane Tabuti, acredita que o número de tabagistas é maior. “Observamos que há uma subnotificação dessa condição do paciente. Podemos observar que as pessoas que são tabagistas têm risco ampliado sobre agravamento na Covid-19.”
RECOMENDAÇÕES – Ainda no início da pandemia, a Secretaria de Estado da Saúde orientou a suspensão das atividades em grupos para cessação do tabagismo, adiar o início de novos tratamentos e indicou a adoção de estratégias a distância para garantir o acesso das pessoas que procuravam as Unidades de Saúde.
Considerando que, com a divulgação dos riscos associados à Covid-19, mais pessoas estão procurando o tratamento, desde 28 de maio a 2ª versão da Nota Orientativa Secretaria da Saúde número 11, recomenda que as equipes municipais do Programa do Controle do Tabagismo organizem e incorporem novas alternativas não presenciais, para ofertar esse cuidado aos usuários que manifestarem o desejo de parar de fumar, seja durante algum atendimento ou por procura espontânea.
Recomenda-se priorizar os atendimentos a distância, entretanto os atendimentos presenciais individuais poderão ser realizados, tendo como diretriz a segurança do usuário e do profissional. Entre junho e julho 170 usuários foram atendidos de maneira individual, seguindo as estratégias de distanciamento, proteção com máscaras e higienização com álcool em gel.
PASSIVO - Rejane Tabuti destaca a importância de se falar do tabagismo passivo. “Ainda mais nesse período de reclusão, de quarentena, de ficar mais em casa pessoas podem fazer uso de bebidas alcoólicas e do cigarro. Isso ocasiona que outras pessoas e crianças, que não fumam, respirem essa fumaça que também é prejudicial”, explica.
Passados cinco meses de pandemia, e com perspectiva de retorno gradual às atividades cotidianas, é primordial incorporar hábitos saudáveis, como alimentação baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, a prática de atividades físicas individuais, o cuidado com a saúde mental. Se for fumante e desejar parar de fumar, procurar informações na Secretaria de Saúde do município.
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