O caminhoneiro Ronaldo Vitor Santos, de 49 anos, é a sétima pessoa a morrer com suspeita de intoxicação por substância presente na cerveja da marca Backer. O homem faleceu na noite desse domingo (8), em um hospital na região do Barreiro.
O sobrinho da vítima, Saulo Victor, disse ao BHAZ que o motorista estava internado desde o dia 21 de janeiro. Desde então, os exames não eram conclusivos e a única suspeita da família é de que seja intoxicação pela cerveja. “Não tivemos a concretização. Nós esperamos que agora isso se resolva. A gente vai se sentir mais tranquilo, mas agora não vai adiantar muita coisa”, avalia.
O caminhoneiro era casado e tinha três filhos, incluindo uma filha de 9 anos. Segundo Saulo, a preocupação da família agora é com a filha pequena e com a esposa. “Ele era o mais forte dos 12 irmãos, estava bem, estava trabalhando. Por isso o processo que ele passou foi tão dolorido”, lamenta.
Sem apoio da Backer
Desde o surgimento das suspeitas de contaminação pelas cervejas da Backer, familiares das vítimas têm alegado falta de apoio da empresa. Saulo reforça que não houve nenhuma atitude de aproximação por parte da cervejaria. “Eles poderiam ter dado assistência, poderiam ter feito tudo, até para ajudar nos processos que passamos. Não houve diálogo”, afirma.
A empresa justifica que os bens estavam bloqueados na justiça desde 14 de fevereiro. Porém, na última sexta-feira (6) os bens foram parcialmente liberados, possibilitando que a empresa preste maior assistência. A empresa garante que isso será feito e lamentou o ocorrido, no caso de Ronaldo.
“A Backer lamenta o ocorrido e já entrou em contato com a família, se colocando à disposição para ajudar no que for necessário. Com a decisão do Tribunal de Justiça, da última sexta-feira, que acolheu os argumentos da empresa e desbloqueou parcialmente os bens, a Backer finalmente terá condições de oferecer suporte aos clientes e às famílias, como sempre foi o nosso desejo”, informa sobre Ronaldo e sua família especificamente.
Investigações em andamento
As investigações sobre a síndrome nefroneural associada à intoxicação por mono e dietilenoglicol já ultrapassam dois meses. Mais de 60 pessoas já prestaram depoimentos, entre vítimas, familiares e outras testemunhas. Várias perícias já foram realizadas, tanto na empresa, quanto nas amostras de cervejas fornecidas pelos familiares de pacientes internados.
Como desdobramento da investigação, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) determinou que diversos lotes de cervejas fabricados pela Backer fossem recolhidos. Além disso, a fábrica da cervejaria também foi interditada.
Até agora, não se sabe como a substância tóxica foi parar nos taques de produção das cervejas e nas garrafas da marca. Também não há, por enquanto, um prazo para que o inquérito a respeito dos casos seja concluído.
Nota da Backer sobre desbloqueio
“A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais da última sexta-feira, que acolheu os argumentos da Backer e desbloqueou parcialmente os bens, vai permitir finalmente que a empresa dê suporte ao tratamento médico dos clientes e às famílias, como sempre foi o nosso desejo.
A Backer reitera que jamais se eximiu da responsabilidade de cuidar de seus consumidores e lamenta profundamente o tempo perdido nessas questões jurídicas, enquanto as famílias precisavam de amparo e proteção. Vamos dedicar todos os esforços para atender às necessidades dos nossos clientes.“
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