CCJ Luis Macedo/Câmara dos DeputadosLuis Macedo/Câmara dos Deputados
Ao se deparar com a insatisfação do Centrão - PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade - com o sigilo sobre as contas da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência, o governo não viu outra alternativa: recorreu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Líderes do grupo demonstraram insatisfação com a manutenção do segredo em cálculos que embasaram a PEC e ameaçaram travar as negociações sobre um texto de consenso para a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O governo insiste que o sigilo será suspenso após a aprovação da proposta na CCJ, quando a comissão especial, próxima etapa da PEC na Câmara, for instalada. Essa justificativa dada pelo secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, não convenceu os líderes do Centrão, que ganharam apoio nas vozes da oposição e também de outras legendas de centro, como MDB e PSD.
Marinho telefonou a Maia, que passou o fim de semana em Lisboa em viagem oficial, e pediu ajuda. O presidente da Câmara é um dos principais fiadores da PEC da Previdência. Há quem brinque, inclusive, que a "reforma é mais dele, que do governo". Não foi difícil convencê-lo já que mais um entrave nas negociações a essa altura do campeonato pode representar nova derrota para o governo. E isso, cada vez mais atrasos. Como consequência, mais fragilidade da proposta, do governo e da base não formada.
Minutos depois da ligação, Maia recorreu a sua conta no Twitter para dar o recado, que também passou ao Centrão, seu núcleo mais próximo, por mensagens de texto e áudio no WhatsApp. "Conversei com o Secretário Especial de Previdência, Rogério Marinho, e ele vai apresentar nesta quinta-feira, 25, os números que embasam a proposta antes da instalação da comissão especial". Ficou acertada uma reunião na residência oficial da Câmara neste dia, com os líderes, para a abertura dos dados.
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