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Vejo o momento com grande dor. Não me regozijo com impeachment de presidente, com prisão de ex-presidente, com condenação de senadores ou deputados. Daria prazer olhar pro passado e pro futuro e enxergar homens e mulheres honrados legislando, julgando e governando. É uma pena constatar que justiça tarda, a justiça falha, a justiça é cega e a justiça enxerga o que quer.
Lula fez opções em seu governo e fora dele. A cada ação uma reação. Parece-me inocência pensar que quem tirou o país do mapa da fome, quem inseriu o país na geopolítica mundial, quem devolveu o Brasil aos brasileiros, quem investiu – como nenhum outro – em educação técnica e ensino superior, quem incentivou a igualdade e, ao mesmo tempo, as diferenças ficaria em paz. Inocência pensar que não teria a vida sacudida, investigada, invadida e até agredida. Certamente Lula não é um mito ou um santo. Sua gestão teve erros e acertos; por suas opções ele responderá, ao menos isso é o que espero: que ele responda por seus erros, que ele responda por seus acertos.
Porém, existem coisas que são irreversíveis. O pai de família que conseguiu emprego, encanou a água e recebeu a luz elétrica em seu domicílio está construindo a nação com o suor do rosto; a dona-de-casa que conseguiu fazer sua feira, sair da fome, sonhar com o futuro está plantando a esperança no coração de seus filhos; a mulher que conseguiu sua emancipação e se empoderou está nas instâncias de decisão da sociedade; o pobre e o negro que entraram na universidade estão produzindo e repartindo conhecimento; o que era analfabeto, o que era subempregado, o que era explorado, o que passava fome, o que não tinha nome estão todos aí. Esse sou eu e estou aqui! Lula pode ser preso, ser condenado, mas nós somos milhões e continuaremos a escrever as próximas páginas da história dessa grande nação...
Pe. Evandro de Santana Andrade
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