sábado, 24 de fevereiro de 2018

Ato contra feminicídio reúne cerca de 300 pessoas em Serrinha


Amigos e familiares de mulheres assassinadas em Serrinha (a 185 quilômetros de Salvador) fizeram um ato contra o feminicídio neste sábado, 24. O protesto reuniu cerca de 300 pessoas no centro da cidade.

O grupo se concentrou inicialmente na praça Morena Bela por volta das 8h30 e fez uma caminhada de 1 km até a praça Luís Nogueira. Eles levavam frases como: "Não há adeus mais difícil do que aquele que sabemos que é para sempre", "Violência contra a mulher basta!!!" e "Violência Basta!! Não nos matem porquê somos mulher".

A morte de Daiane Reis Mota, 25, que estava grávida de 9 meses, foi lembrada. A jovem foi morta com um tiro na nuca dois dias antes da data prevista para o parto. O marido Adilson Prado Lima Júnior, 25, foi preso apontado como autor do crime. 

O pai de Daiane, Rubens Oliveira Mota, 56 anos, participou da manifestação ao lado da esposa, irmã e sobrinho. O corpo da gestante foi encontrado na manhã do dia seguinte ao crime por ciclistas que passavam pelo local. Na época, o suspeito afirmou para a família que desconhecia o paradeiro da esposa. Ele teria dito que saiu com a jovem, mas depois deixou ela no centro da cidade.

"Adilson nos enganou. Ele e o pai passaram a noite toda ajudando na busca pela minha filha, mas a polícia desconfiou quando ele foi prestar o depoimento depois que o corpo dela foi achado", relembrou Rubens.

Em depoimento à polícia, após ser preso no dia de 17 de dezembro, Adilson disse que suspeitava que Daiane estava grávida de outro homem, o que motivou o crime. Adilton foi levado para a carceragem do presídio em Serrinha, onde aguarda o julgamento.

O crime aconteceu no dia 16 de dezembro de 2017, numa área de mata conhecida como Barra do Vento, em Serrinha. De acordo com a advogada Ivana Silva de Santana, assistente de acusação contratada pela família de Daiane, o julgamento está previsto para acontecer no dia 16 de março, cerca de três meses depois do feminicídio. 

Familiares de Ana Paula Conceição Assis, 36, morta em 15 de abril de 2017, também participaram do ato. O crime também aconteceu no município de Serrinha. Ana Paula foi encontrada morta com perfurações de 49 facadas no bairro Campo do Matadouro e cerca de 10 meses após o crime, a polícia ainda não identificou o autor do feminicídio.

A irmã da vítima, Sidmara Conceição, 33 anos, que estava presente no protesto, disse que a família suspeita que Ana Paula foi morta por um homem com quem ela se relacionava. Contudo, eles não sabem a identidade do suposto parceiro da irmã.

Ana Paula morava sozinha no centro da cidade. Ele tinha três filhos de 20, 19 e 11 anos. As informações são do ATarde.

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