O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta quinta-feira (18) a "interferência brutal" do Ministério Público no caso que resultou no afastamento de quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa Econômica Federal nesta semana.
Procurado, o Ministério Público não se pronunciou sobre a declaração de Maia.
Segundo o G1 apurou, a avaliação interna no MPF-DF é que, embora Rodrigo Maia aponte interferência indevida dos procuradores, o afastamento dos vice-presidentes devolve a normalidade à Caixa já que transforma em técnica uma gestão que, para o MP, atendia a interesses políticos.
Anunciado na última terça (16), o afastamento dos vice-presidentes foi determinado pelo presidente Michel Temer após recomendações do Ministério Público Federal do Distrito Federal e do Banco Central. Os quatro afastados são investigados pelo MPF e pela Polícia Federal.
"A Caixa Econômica, entra período, sai período, está sempre em situação de pré-falência, só não quebra porque é banco público. Estava na hora de se fazer uma melhora na sua gestão, mas não dessa forma, com uma interferência brutal do Ministério Público e do Judiciário", afirmou.
Apesar de Maia ter mencionado o Poder Judiciário, as recomendações para que os gestores do banco fossem afastados de suas funções partiram primeiramente do Ministério Público e, depois, do Banco Central.
Rodrigo Maia está em Cancun, no México. Durante um discurso, ele também afirmou que o "ativismo" do Poder Judiciário enfraquece o poder de Temer e dificulta o encaminhamento de votações como a da reforma da Previdência.
'Interferência' do Judiciário
Maia listou, ainda, uma série de episódios em que considera ter havido "interferência" do Poder Judiciário, "bloqueando" ações do governo.
Ele criticou, por exemplo, a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o adiamento do reajuste para 373 mil servidores federais. "É uma coisa bárbara para um país que vive ainda uma grave crise econômica", disse.
Maia também criticou as decisões judiciais que barraram a privatização da Eletrobras e a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho.
"Nesse recesso [parlamentar], o bloqueio do judiciário em relação ao governo é permanente. Deram liminar contra a medida provisória que permitia os estudos [da privatização] da Eletrobras, deram liminar proibindo o presidente de nomear uma ministra. Não quero discutir as qualidades [dela], se tem ou se não tem, mas ela tem legitimidade para ser candidata a presidente do Brasil. Então, se ela tem [legitimidade], ela pode ser ministra", ponderou.
Maia defendeu que o governo tome uma "ação mais contundente, uma reação mais firme" em relação a esses casos.
"Eu acho que deveriam ter por parte do governo brasileiro uma ação mais contundente, uma reação mais firme para que o Judiciário, um juiz de primeira instância não tentasse tratar de constitucionalidade de lei ou de medida provisória", afirmou.
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