Sessenta e cinco trabalhadores rurais foram assassinados em conflitos no campo em 2017, de acordo com dados parciais da Comissão Pastoral da Terra (CPT), vinculada à Igreja Católica.
A informação foi publicada na página da pastoral na internet. O relatório completo deve ser divulgado em abril, de acordo com a assessoria da CPT.
Segundo a pastoral, os números conferem ao Brasil o título de “país mais violento para as populações camponesas no mundo”.
A pastoral registrou 61 mortes em 2016 em relatório anual divulgado em abril do ano passado.
O balanço da pastoral fala em “generalização da violência no campo” com “assassinatos em massa” e chacinas, e relembra alguns casos como o de Colniza, no Mato Grosso, onde nove trabalhadores rurais foram torturados e assassinados em abril do ano passado.
A pastoral também citou chacina na fazenda Santa Lúcia, no município de Pau D’arco, no Pará, onde 10 pessoas foram assassinadas em maio de 2017.
Trabalho escravo
O relatório da pastoral também destaca mudanças com relação ao combate ao trabalho escravo.
A pastoral diz que a luta contra o trabalho escravo sofreu “inúmeros ataques” no sentido de “anular o protagonismo brasileiro no combate ao trabalho escravo, reconhecido internacionalmente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT)”.
A Pastoral lembra de portaria do Ministério do Trabalho que tornou mais difícil a caracterização do trabalho escravo. A portaria foi publicada em outubro do ano passado.
No fim do ano, o governo recuou e tornou mais rigorosas as definições de jornada exaustiva e condição degradante do trabalhador, além de ter ampliado outros conceitos para a configuração desse tipo de mão de obra.
Com a nova portaria, o governo deixa em vigor no país as regras que já estavam valendo há 14 anos.
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