Moreira pediu “vantagem indevida” de R$ 4 milhões à Odebrecht para campanhas eleitorais, o que foi aceito pela empreiteira. Uma parte do dinheiro foi paga pelo setor de propinas da empresa, e a pessoa indicada por Moreira para receber o dinheiro foi Padilha, conforme a acusação de Janot. Houve dois pagamentos em espécie em março de 2014, um de R$ 1 milhão e outro de R$ 1,4 milhão. O procurador-geral, então, usa dados extraídos do sistema paralelo mantido pela Odebrecht na Suécia — o Drousys — para embasar a denúncia. “Destaca-se que o endereço constante no Drousys como sendo de entrega é onde funciona o escritório de Eliseu Padilha, no Rio Grande do Sul”, diz.
PLANILHAS DA ODEBRECHT
“As planilhas do Drousys também apontam pagamentos no total de R$ 7 milhões feitos pela Odebrecht a ‘Angorá’, codinome mais relacionado a Moreira Franco. Uma parte desse dinheiro é a relativa à entrega ocorrida no escritório de José Yunes, intermediário de Michel Temer para o recebimento e repasse de propina”, afirma o procurador-geral. Yunes foi assessor especial do presidente, de quem é amigo íntimo. O ajuste sobre o dinheiro foi feito diretamente entre Marcelo Odebrecht, um dos donos da empreiteira, e Temer, dentro do Palácio do Jaburu, em 28 de maio de 2014, como consta da denúncia.
Outro esquema listado na acusação é a suposta venda de medidas provisórias e projetos de lei dentro do Congresso para atender interesses de empresas. “Havia uma articulação por parte dos integrantes do núcleo político do PMDB da organização criminosa para que os setores do empresariado impactados com as propostas legislativas fossem contatados para que fosse feita a negociação do pagamento de propina em troca da aprovação ou não da medida.
Em nota, Moreira disse: “Reitero que jamais participei de qualquer grupo para a prática o ilícito. Essa denúncia foi construída com a ajuda de delatores mentirosos que negociam benefícios e privilégios. Responderei de forma conclusiva quando tiver conhecimento do processo.“ A Casa Civil também divulgou nota para negar a participação de Padilha em qualquer esquema criminoso: “A denúncia contra o ministro Eliseu Padilha está amparada em delatores que, sem compromisso com a verdade, contaram as histórias que pudessem lhes dar vantagens pessoais ante o Ministério Público. Ao final, com a inexistência de provas, o Poder Judiciário decidirá por sua inocência.”
Blog Embusca da Noticia , com Informações de O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário