quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Médicos e deputados defendem volta imediata às aulas presenciais no Brasil Líder do governo na Câmara defende retorno à “normalidade”, para que “imunidade de rebanho” à Covid-19 seja adquirida; médico questiona uso do termo imunidade de rebanho, mas defende flexibilização responsável Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

Anthony Wong: se houver uma segunda onda no Brasil será em maio, há tempo para nos preparamos

O diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da USP, Anthony Wong, é defensor do isolamento vertical desde o início da pandemia, sem fechamento das escolas, e considera o chamado lockdown “uma política insensata”. Ele disse que alguns países asiáticos adotaram de forma bem sucedida essa estratégia do isolamento apenas vertical, com o uso de máscaras generalizado. Também favorável à volta imediata das escolas, Wong destacou que as crianças são menos suscetíveis à infecção e conseguem eliminar o vírus mais rapidamente.

Segunda onda
O médico ressaltou que, na segunda onda de contaminações na Europa, o número de mortes é proporcionalmente menor e avaliou que, se ocorrer uma segunda onda de Covid-19 no Brasil, ela ocorrerá em maio. “Temos seis meses para nos preparar  e para desenvolver imunidade coletiva”, afirmou.

Ele acrescentou que a exposição ao sol e a saúde mental ajudam na imunidade, assim como o uso de máscaras, já que, dessa forma, as pessoas recebem quantidade menor de vírus e vão adquirindo imunidade.

Imunidade celular
Anthony Wong chamou a atenção para estudo da universidade britânica Imperial College de Londres, divulgado pela imprensa nesta quarta-feira, indicando que a quantidade de anticorpos adquirida contra o novo coronavírus pelas pessoas que contraíram a Covid-19 diminui substancialmente em poucos meses. Mas, segundo Wong, a “imunidade celular,” não detectada por meio de exames laboratoriais, é permanente.

Essa também é a visão do infectologista Paolo Zanotto, que acrescentou que casos de reinfecção por novo coronavírus devem ser raros.  Ele disse que há queda de anticorpos contra a doença, sim, depois de um tempo, mas isso não quer dizer que as pessoas não estejam protegidas, já que “as células de memória serão reativadas” com nova exposição ao vírus.

Gustavo Sales/Câmara dos Deputados
Médica Nise Hitomi Yamaguchi participa de videoconferência
Nise Yamaguchi defende normas rígidas para aprovar a vacina contra a Covid-19 e vacinação facultativa

Vacinação
A imunologista e oncologista diretora da Sociedade Brasileira de Cancerologia e da Associação Brasileira de Mulheres Médicas, Nise Yamaguchi, também acredita que o lockdown não previne a infecção e deve ser prática adotada apenas por pessoas doentes. Na opinião dela, deve ser instituído “tratamento precoce” para a doença, embora ele esteja sendo proibido em alguns países da Europa.

Ela salientou que estimativas mostram que a doença tem menos de 1% de mortalidade e que hoje há mais depressão, violência doméstica e fome, por exemplo, porque as pessoas estão dentro de casa.

Sobre o “desenvolvimento acelerado de vacinas como solução possível para promover a imunidade”,  ela disse que o momento é de discussão sobre a validade das vacinas, "porque elas não têm a segurança e a eficácia de longo prazo comprovada”.

Na visão da imunologista, as rígidas normas internacionais para a aprovação de vacinas deve ser seguidas também para a aprovação da vacina para Covid-19. Ela acredita ainda que é direito do cidadão não ser vacinado.

O tema é controverso na Câmara dos Deputados. Alguns parlamentares defendem a obrigatoriedade da vacina. Está em análise na Casa, por exemplo, o Projeto de Lei 5040/20, que  prevê que a pessoa que se recusar a tomar a vacina contra a Covid-19 sofrerá as mesmas consequências de quem não vota e nem apresenta justificativa à Justiça Eleitoral.

Outros deputados acreditam que o tema não deve ser debatido num momento em que os testes ainda não foram concluídos.

 

 

Reportagem - Lara Haje
Edição - Natalia Doederlein

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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