segunda-feira, 27 de abril de 2020

Kalil discutirá reabertura do comércio, mas avisa: ‘Quem tem medo de buzina é cachorro distraído’

Decreto criando o grupo será publicado no DOM
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou nesta segunda-feira (27) a criação de um grupo técnico, denominado pós-pandemia, que irá discutir a reabertura do comércio. O chefe do Executivo municipal ainda ironizou os protestos contra ele por conta das medidas de isolamento (veja abaixo).

Apesar da criação do grupo, o comércio em BH segue sem data para reabrir, segundo Kalil, os trabalhos começarão na próxima semana. “No mês que vem as atividades começam com um grupo de médicos, secretário de Planejamento e Fazenda. Esse estudo deve ser por volta de 5 a 7 de maio”, disse.
Mais cedo Kalil participou de uma reunião com os prefeitos de Betim (Vittorio Medioli), Contagem (Alex de Freitas) e Nova Lima (Vitor Penido).

No DOM (Diário Oficial do Município), desta terça-feira (28), será publicado um decreto criando o grupo. O secretário de Planejamento, André Reis, explicou que as atividades serão coordenadas pelo secretário de Saúde, Jackson Machado. Representantes do comércio serão chamados para as reuniões.

“O decreto sai amanhã cedo no DOM e, em conjunto, vamos conversar com o mercado que trará representantes de classes. Ainda não temos perspectivas de datas [para a reabertura]. A pré-condição para a flexibilização será o termômetro epidemiológico. É ele que vai determinar quando e como abrir”, explicou o secretário.

Manifestações
A capital mineira voltou a ter manifestação nesse domingo (26) pedindo o fim do isolamento social. O ato contou com panelaço no Centro e terminou nas proximidades da casa de Kalil, visto que os manifestantes são contrários às decisões tomadas pelo prefeito.

Alexandre Kalil disse estar “impressionado” e “horrorizado” com a pressão feita por algumas pessoas. “Me horroriza que BH seja a única capital pressionada que se abra o comércio irresponsavelmente”, disse.

O protesto seguiu em carreata do quartel do Exército, na avenida Raja Gabáglia, e encerou na praça Marília de Dirceu, onde Kalil mora. Mesmo com o buzinaço dos manifestantes, o prefeito disse não ter ouvido e falou que também não viu alguns moradores jogando ovos nos manifestantes.

“Eu não vi a manifestação. Eles não sabem, o meu quarto é o último e eu não escuto. Nem via a ovada, infelizmente, por que eu queria ter visto”, disse.

Kaliu ironizou as buzinas e mandou um recado. “Quem tem medo de buzina é cachorro distraído atravessando a rua, que não é o meu caso. Eu não sou filho de pai assustado. A buzina eu não sabia se era pro STF, pro Rodrigo Maia, pra mim ou pro Congresso”, concluiu.

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