Isaac Maria dos Anjos - Governador da Província Benguela
Foto: Arquivo
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Benguela não tem raças, mas sim benguelenses, tal como os cabo-verdianos… São cabo-verdianos e ponto final.
Opinar e discutir ideias são um direito assistido ou plasmado na Constituição Angolana. Porém, não se deve confundir exercício de cidadania com bajulação ou deturpação dos factos que falam por si.
Todavia, escrever ou falar bem e certo… Não é escrever ou falar com palavras difíceis recolhidas do dicionário, escamoteando os factos e muito menos defender a sua dama em estado moribundo.
As vezes algumas opiniões de tão atabalhoadas, que se recusam a ver a realidade, fazem lembrar um grande livro do falecido Mendes de Carvalho “O Mestre Tamoda”.
Mesmo em tempo de vacas magras alguns conseguem retirar o pouco de leite que nelas ainda existe. Temos como exemplos flagrantes a província do Huambo e do Bié, cujos governantes conseguiram estabelecer relações saudáveis com as suas respectivas sociedades civis, e por conseguinte têm apresentado resultados animadores. Porque não fazer o mesmo exercício no resto do país?
No que toca a Benguela esta pergunta é mera retórica. Pois, o seu governador já trazia na sua bagagem um passivo de má gestão, mau relacionamento e mau carácter das províncias por onde lamentavelmente passou.
O que se passa em Benguela não é um problema inventado por Benguela. Os huilanos e namibenses viveram na pele problemas semelhantes. Projectos só mesmo para inglês ver que nunca tiveram qualquer implementação. E se alguém ganhou com eles não foram os benguelenses… De certeza!
Muitas vezes as “comichões” e a ganância pelo alheio não permitem ver além do nosso horizonte.
À guisa de conclusão, como modesto contributo, enumeramos alguns projectos dignos de sindicância: Benguela Sul, Blue ocean, Benguela Costa Nova, Aeroporto, cujos espaços foram retirados da esfera do Estado e passados para esfera privada sem quaisquer benefícios para o orçamento, sem citar a lota na Baía-Farta; a fábrica de sumos, no Bocoio e os prédios no Bairro Navegantes (próximo do pavilhão multiuso – Acácias Rubras), todos, “em curso”, recorrendo a investimento público.
Todo o produto resultante da venda deste património foi canalizado para contas no Banco de Comércio e Indústria – BCI que foram fechadas por decisão do ministro das finanças em consequência de uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas.
DE BENGUELA PARA BENGUELA
É dado adquirido que Benguela já foi politicamente uma praça do MPLA que se estendia por todo o corredor do Cubal.
Já o Lobito, por sua vez, embora com algumas ilhas controladas pelo MPLA foi sempre um bastião da UNITA que se espalhava pelo corredor do Balombo. Hoje, com toda a confusão política instalada, a UNITA e a CASA-CE assentaram arraiais naquelas zonas do MPLA.
Após a saída de Dumilde Rangel, o partido dos camaradas foi perdendo influência e as guerras internas não cessaram de se agudizar.
Armando da Cruz Neto, substituindo Dumilde Rangel, não sendo um político de raça, conseguiu com muitos esforços manter o clima latente meio adormecido. Entretanto, com a degradação social provocada pelo partido da situação, o MPLA, a geografia política do MPLA foi se complicando. A desastrosa indicação de Isaac dos Anjos para Benguela fez despoletar de forma incontrolada e incontornável no seio do MPLA as grandes debilidades e conflitos de interesses entre todos eles.
Isaac dos Anjos demarcou-se desde a primeira hora, vestindo somente a camisola do governo, fazendo jus do seu grande faro para negócios pouco claros, feitos com dinheiros do erário público, os tristemente célebres “negócios do cabritismo”.
Abandonou o partido a sua sorte e resolveu “tocar a solo”. Daí o seu infortúnio. Pois que digam, com honestidade e sem receio, Veríssimo Sapalo, Eduarda Magalhães, Miguel Maiato, Zacarias Davoka, Octavio Pinto, Frederico de Almeida e tantos outros, quantos municípios e quantos CAPs (Comité de Acção do Partido), durante aproximadamente os 4 anos de mandato, visitou Isaac dos Anjos?
Por ter perdido o controlo do partido, Isaac dos Anjos tem vindo a culpabilizar tudo o que mexe a sua volta, nomeadamente a JMPLA, que lhe solicitou ao longo de todo o seu mandato, em três ocasiões diferentes, audiências sem nunca ter sido recebida.
A falta de adesão às suas convocatórias no comício no Lobito, no Bairro do 27, no pavilhão multiuso Acácias Rubras, reflecte a sua fraca aceitação e derrocada.
Quanto a pretensiosa marcha de apoio ao candidato João Lourenço, cabeça de lista do MPLA às eleições gerais de 23 Agosto não passou de um “blefe”, de exercício desesperado divulgado pela sua falange.
Última Hora: candidato João Lourenço, cabeça de lista do MPLA às eleições gerais de 23 Agosto antecipou para o dia 18 e 19 de Junho, a data da sua visita à Benguela para constatar “in loco”, olhar de frente para Isaac dos Anjos, medir a dimensão de todo o seu rancor, pretensiosismo e ganância.
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