terça-feira, 19 de novembro de 2019

Lula: Minha prisão ajudou a "desmascarar Moro, Dallagnol e Lava Jato"


Em seu primeiro grande ato público após ser libertado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste domingo (17) do Festival Lula Livre, em sua homenagem, no Recife (PE). Com um público de mais de 200 mil pessoas, o evento contou com a participação do ex-presidenciável Fernando Haddad (PT) e da governadora em exercício de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB). Entre as atrações musicais estiveram Chico César, Marcelo Jeneci, Odair José e Mundo Livre SA.

   
O ex-presidente aproveitou o evento para desferir novas críticas contra a operação Lava Jato, o coordenador da força-tarefa em Curitiba (PR), Deltan Dallagnol, o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) – então juiz que o condenou no caso do triplex do Guarujá (SP) – e o presidente Jair Bolsonaro. “Eu, hoje, sou um homem melhor do que aquele que entrou na cadeia. Estou vendo que estamos com dificuldade de reagir. Não foi fácil tirar de um cidadão de 74 anos 580 dias de liberdade. Não é uma coisa simples”, afirmou.

“Na verdade”, acrescentou Lula, “a quadrilha deste país foi montada pelo Moro, Dallagnol, Bolsonaro e por aqueles que me julgaram”. Em resposta, ele diz que pretende dedicar “cada minuto da vida para libertar o País dessa quadrilha de milicianos que tomou conta do poder”.

Porém, segundo o ex-presidente, a oposição está “com dificuldades de reagir” ao governo Bolsonaro. “Eu estou vendo os ataques aos LGBTs, aos negros, aos índios. Eu estou vendo o crescimento da violência bárbara contra as mulheres brasileiras. Estou vendo os salários desaparecendo, a aposentadoria ficar cada vez mais distante do trabalhador. E estou vendo que nós estamos com dificuldade de reagir.”

Lula disse que fez questão de permanecer preso em Curitiba para “desmascarar” seus algozes. “Eu não precisava estar preso, poderia ter ido para outro país. Mas eu escolhi ir para a Polícia Federal porque eu tinha de desmascarar o Moro, Dallagnol e a Lava Jato”, declarou. “Eles estão destruindo o país em nome do quê? Estão destruindo os empregos em nome do quê? Estão destruindo a esperança em nome do quê? Estão fomentando as milícias nesse país em nome do quê? A Globo alimenta a mentira em nome do quê?”

O ex-presidente deixou há pouco mais de uma semana a cela especial da Polícia Federal em Curitiba. Ele ficou preso 580 dias após ser condenado, sem prosas, na Operação Lava Jato a cumprir pena no processo do triplex do Guarujá. A reparação, apesar de tardia, ocorreu depois que, no começo do mês, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a prisão após condenação em segunda instância.

“Não aceito negociação. Eu quero é a minha libertação”, discursou Lula. “Sou homem da terra de Frei Caneca, sou da terra de Padre Roma. Sou da terra de lutadores que tiveram a coragem de em 1820 fazer a Confederação do Equador, a coragem de lutar pela independência deste país.”


Da Redação, com informações do Poder360 e Estadão

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