Marcas de tiro no carro do arquiteto (Arquivo Pessoal) |
O empresário João Vitor Magalhães, 27, filho do prefeito de Sítio do Mato (Oeste da Bahia), Alfredo Magalhães (PDT), tentou matar a tiros o arquiteto Wilson Magalhães, após uma discussão de trânsito.
A tentativa de homicídio ocorreu por volta das 20h de domingo (26) em Bom Jesus da Lapa, cidade do Vale do São Francisco, onde moram o arquiteto. Wilson afirma que contra ele foram disparados ao menos sete tiros - os disparos atingiram o carro que dirigia, um GM Cruze placa OUO 4788.
O arquiteto disse à polícia que seguia por uma das avenidas da cidade, quando ultrapassou uma caminhonete Hilux branca, que trafegava lentamente em sua frente. Na Hilux, estavam João Vitor e o irmão Alfredo Magalhães de Almeida Neto, que dirigia o carro.
O arquiteto disse que os irmãos passaram a seguir o seu carro depois da ultrapassagem, próximo ao campus da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob).
Na sequência, um picape não identificada e que carregava uma lancha no reboque ultrapassou o Cruze e ficou na frente, andando devagar, enquanto a Hilux vinha atrás, com a intenção, disse o arquiteto no boletim, de causar um acidente.
A Hilux, em seguida, começou a fechar o Cruze. Ao parar em uma sinaleira, o arquiteto disse que baixou o vidro do carro e perguntou aos ocupantes da Hilux se estavam querendo provocar um acidente - João Vitor desceu do veículo e, segundo a versão da vítima, deu um soco no retrovisor do Cruze, quebrando-o.
O arquiteto passou a seguir a Hilux, que se dirigiu até o comércio da família, nas proximidades do mercado municipal. João Vitor foi até o escritório e pegou uma pistola 380 e começou a disparar.
De acordo com populares, a vítima saiu desesperado, gritando por socorro, enquanto João Vitor o perseguia, desferindo vários tiros em sua direção. Na fuga, o arquiteto atropelou Alfredo Neto, que teve escoriações leves e junto com João Vitor foram atrás da vítima, disparando tiros pela cidade.
O arquiteto fugiu em direção à delegacia local, onde conseguiu chegar mesmo com o pneu do carro furado, e prestou queixa. Fotos do carro do arquiteto mostram ao menos quatro marcas de tiros no veículo.
João Vitor se apresentou cerca de uma hora depois. Segundo o delegado Marcelo Costa Amado, João Vitor tem licença para usar arma dentro de casa, mas não comentou sobre o fato de arma ter sido usada na rua.
A pistola é licenciada, de acordo com o delegado. Amado disse que João Vitor “não foi preso em flagrante por tentativa de homicídio porque se apresentou espontaneamente à delegacia”, onde foi acompanhado do pai, o prefeito Alfredo Magalhães. O caso foi registrado como crime de ameaça.
O delegado disse que ainda está investigando o caso: “Estamos ouvindo algumas testemunhas e estudando quais são as providências cabíveis neste caso”, disse o delegado, que afirmou já ter ouvido todas as partes envolvidas.
O arquiteto Wilson Magalhães disse que foi ameaçado de morte por João Vitor na delegacia. O CORREIO procurou o advogado Cassiano Lúcio Lisboa Veríssimo, que defende João Vitor, e até a publicação desta matéria ainda não havia dado resposta.
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