A quarentena é a maior arma contra a rápida disseminação do vírus. Na Itália, a cidade de Lodi fechou escolas, comércio e restringiu circulação de pessoas duas semanas antes de Bergamo, no mesmo país. Resultado: Lodi controlou os casos, enquanto Bergamo entrou em colapso e se tornou o epicentro da crise no país.
Relatos enviados ao jornalista Eduardo Viveiros no Twitter.
Outros funcionários relataram ao jornalista Eduardo Viveiros no Twitter que a fábrica da empresa, que fica em Natal, e as lojas também funcionam normalmente.
Segundo trabalhadores da empresa, numa live restrita no Facebook nesta terça o diretor de recursos humanos, Mauro Mariz, teria dito que a Riachuelo precisa “se preocupar com a saúde de seus colaboradores”, mas também com sua “saúde financeira”.
O Intercept perguntou à Riachuelo se a política de manter os funcionários no escritório se mantém durante essa semana. A empresa afirmou que os casos considerados suspeitos foram encaminhados para avaliação médica, receberam orientação e estão sendo monitorados. “Seguindo as práticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, esses colaboradores ficaram afastados, cumprindo o isolamento orientado pelos órgãos oficiais”, disse a assessoria de imprensa. A empresa não especificou o período de isolamento – o ministério recomenda 14 dias.
A Riachuelo também afirmou que programou home office para “profissionais com condições de efetuar trabalho a distância” e, para os outros, “horários flexíveis”, reduzindo o quadro de funcionários pela metade. “A saúde dos colaboradores é prioridade para companhia e que está tratando a situação com seriedade, responsabilidade e respeito ao próximo, pensando no bem-estar coletivo”, disse a assessoria. A empresa também afirmou que fechou uma das fábricas, em Fortaleza. A de Natal será fechada só na próxima semana, a partir do dia 23.
O dono da Riachuelo, Flávio Rocha, é um dos líderes do grupo Brasil 200, que reúne empresários a favor da política econômica e do governo Bolsonaro. O apoio do grupo ao presidente provocou uma onda de boicote às empresas que fazem parte dele, como Madero, Smartfit e a própria Riachuelo. Em seu manifesto, o Brasil 200 diz ser um grupo de “intelectuais, empresários, formadores de opinião e representantes da sociedade em geral” que “promove valores e princípios que garantem uma sociedade mais justa”. Dá pra ver.