quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Prestação de contas do tráfico de drogas após o Carnaval pode aumentar número de crimes


Com o término no Carnaval, cresce a preocupação das forças policiais por conta de um fenômeno cada vez mais frequente: o acerto de contas entre fornecedores e comerciantes de drogas. Em Feira de Santana, as Companhias Independentes da Polícia Militar, já estão atentas para tentar inibir o número de homicídios, segundo o tenente Monte Nero, da 67ª CIPM.

A explicação é que parte das drogas que seriam comercializadas no carnaval foi apreendida durante ações das polícias e o fornecedor não fica no prejuízo. Ele quer receber o valor, geralmente negociado para receber depois que a droga é vendida, e a morte pode ser o preço para quem não cumprir com o acordo. Também aumenta o número de assaltos praticados por quem precisa arrecadar para acertar as contas com o chefe do tráfico de drogas.

“De acordo com o mapa da violência, nós (Brasil) somos o sétimo pais com o maior número de homicídios de jovens, de 18 a 25 anos de idade, todos eles oriundos do tráfico de entorpecentes. Todos eles com armas de fogo e a arma de fogo é um meio utilizado para ter a droga. Quando eles utilizam drogas ou comercializam e não conseguem pagar de volta, o preço que eles vão pagar é com a vida. O traficante, para não ficar desmoralizado, esse é o melhor temo, ele vai cobrar e a forma dele cobrar a uma pessoa que não vai poder pagar é matando essa pessoa”, revela Monte Nero.

O tenente informa que prevendo esse evento criminoso, a Polícia Militar traça estratégias para continuar combatendo o tráfico de drogas e diminuir o número de homicídios no município. “Nós já esperamos todo ano, após o carnaval, que possa haver um possível aumento do número de homicídios. Só que a gente vem se preparando há algum tempo, não só a 67 (CIPM), como as outras Companhias de Feira de Santana, vem fazendo um trabalho de planejamento estratégico, pra justamente, evitar que o CVLI (Crime Violento Letal Intencional) venha aumentar na cidade”, informa.

De acordo com o militar, uma das dificuldades no combate ao tráfico de drogas é o medo da comunidade, muitas vezes coagida pelos criminosos. Um dos alvos constantes dos traficantes é o morador de residenciais do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. “A prova disso é que vários condomínios do Minha Casa, Minha Vida de Feira de Santana, não só da área da 67, como em outras ares na Bahia como um todo, em vários rincões do Estado, as pessoas são vitimadas, por mera cisma do traficante, e estão sendo expulsas das casas e muitas dessas casas estão sendo utilizadas para guardar drogas e veículos roubados”, conclui.

Blog Central de Polícia, com informações de Denivaldo Costa e imagem ilustração.

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