Um esteticista de 41 anos, conhecida como “Mãe do Bumbum”, foi presa por aplicar silicone industrial nas nádegas de clientes. A mulher fazia os procedimentos em um salão em Contagem, na região metropolitana de BH. A dona do local, de 34 anos, também foi presa.
Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início em novembro. A mulher colocava silicone industrial nas clientes e, após a aplicação, colava a pele das vítimas com uma super cola. Ela cobrava cerca de R$ 4 mil e 10% ficava com a dona do estabelecimento.
A autora é do Rio Janeiro e começou com os trabalhos em Minas Gerais no final de fevereiro desta ano. As investigações apontam que pelo menos 60 mulheres foram atendidas pela esteticista no Estado. No total, contando com fora de Minas, a suspeita é de que mais de 100 mulheres tenham passado pelo procedimento.
Hidrogel
O delegado Rodrigo Bustamante, chefe do Departamento de Polícia Civil em Contagem, explicou que várias vítimas procuraram a delegacia contando que sofreram lesão após a aplicação do produto. A esteticista falava para as vítimas que a substância seria hidrogel, que é proibido no Brasil desde 2014.
“A partir daí, a investigação se iniciou e as prisões aconteceram no dia 6 de dezembro. A mulher de 41 anos sendo a esteticista que aplicava o produto que, posteriormente, se comprovou que era silicone industrial. O silicone industrial serve para vedar vidros, para utilizar na limpeza de peças de avião e de navio. Nunca é recomendado para uso estético porque pode causar a embolia pulmonar e a morte”, explica o delegado.
O procedimento era feito em uma casa, que servia como salão. O local era utilizado pela dona do estabelecimento, principalmente, como serviços de bronzeamento artificial. “As vítimas ficavam deitadas em uma maca de bruços, era feito uma espécie de torniquete nas coxas, ela aplicava a anestesia e iniciava a introdução das substâncias nos glúteos. Como se tratava de silicone industrial, era uma agulha grossa, que fazia um buraco um pouco maior na superfície da pele. Após o final do procedimento, ela utilizava uma cola instantânea para tampar o buraco”, explica Luciano Guimarães, delegado regional de Contagem.
‘Filhas do Bumbum’
Em Contagem, pelo menos 20 mulheres já foram ouvidas pela Polícia Civil relatando algum tipo de lesão. “O processo de infecção tem início a partir da rejeição dessa substância, e aí acabam surgindo buracos nas nádegas em uma tentativa do corpo expelir a substância. O local era totalmente inadequado. Se ocorresse alguma intercorrência, não haveria como fazer o socorro imediato das vítimas”, explica Luciano Guimarães.
Os resultados eram compartilhados em grupo do WhatsApp batizado com o nome “Filhas do Bumbum”, no qual a esteticista mandava fotos após as aplicações.
As mulheres devem responder por estelionato, exercício irregular da profissão e manuseio de produtos sem regulamentação legal pelos órgãos de vigilância sanitária.
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