segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Professores de Teofilândia protestam no primeiro dia de greve; eles relatam dificuldades financeiras



Professores irão interditar BR-116 e ocupar prefeitura nesta terça (24)
Professores da rede municipal de ensino da cidade de Teofilândia iniciaram na manhã desta segunda-feira (23) uma greve para reivindicar pagamento dos salários referentes ao mês de setembro de 2017. Para marcar o início da paralisação, os servidores fizeram uma manifestação em frente ao Fórum Ana Oliveira. Desde agosto que os funcionários concursados estão recebendo os salários atrasados.

São cerca de 300 professores sem pagamento. Os recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) estão entrando na conta da prefeitura todo mês, alegam os servidores. Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394), o município também tem que repassar 25% de tudo o que arrecada para a educação.

Os salários atrasados em setembro representam 60% do Fundeb, que é responsável pelo pagamento de professores, coordenadores pedagógicos e diretores escolares. “Sendo assim, não há nada que justifique o atraso no pagamento do salário”, questiona um professor, reafirmando que apenas os funcionários contratados da Educação receberam os pagamentos.

Nesta terça-feira (24), os professores farão um novo ato, desta vez interditando a BR-116, na entrada da cidade. Em seguida, eles ocuparão o prédio da prefeitura.

Sem salários, servidores relatam dificuldades financeiras -Ao longo desses quase trinta dias de atraso, o Portal Cleriston Silva - PCS - recebeu centenas de mensagens de servidores em desespero, que estão à deriva sem saber quando vão receber os vencimentos.

É o caso de uma professora de 45 anos e 15 de profissão, que já está adoecendo por causa do acúmulo de dívidas e juros. Conforme relatou ao PCS, ela passa por sérias dificuldades financeiras, pois desde agosto, quando recebeu o salário atrasado, não conseguiu mais zerar as contas. “Moro de aluguel e tenho dois filhos para criar. Toda semana recebo carta de cobrança do cartão com aviso de juro. Para não ficar sem água e luz, tomei dinheiro emprestado com os meus irmãos. Esta situação está fazendo com que eu adoeça mais. É um descaso total”, relatou.

“As nossas contas estão todas atrasadas, estamos indignados porque não temos condições nem de sair na rua com tanta cobrança. Até o meu serviço de TV a cabo tive que cancelar. A prefeitura diz que vai nos pagar, mas na verdade não diz quando”, reclamou um servidor, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

Outra professora de 38 anos, que mora na zona rural do município, também passa por dificuldades, pois depende totalmente do salário para viver. “O prefeito parece estar indiferente à penúria vivida por quem trabalha, como eu, que ainda tem que pagar financiamento, e hoje não tem direito ao que é nosso. As contas continuam chegando e minhas necessidades básicas estão sendo suprimidas”, lamenta.

O PCS entrou em contato com a Secretaria de Educação do Município de Teofilândia, mas não houve retorno da gestão.

Vestidos de preto, professores protestaram em frente ao Fórum da cidade

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