quinta-feira, 7 de junho de 2018

Zico: “O Brasil precisa de ordem e disciplina, não de ditadura”


Zico, em evento da Lay's, patrocinadora da Champions League. 

Na casa dos Antunes Coimbra, em Quintino, zona norte do Rio de Janeiro, quatro dos cinco filhos de Seu José, todos rubro-negros como o pai, se tornaram jogadores de futebol. “Fomos catequizados”, diz Zico, o caçula e mais famoso boleiro da família, que brilhou com a camisa 10 do Flamengo entre as décadas de 70 e 80. O apreço genético pela bola, no entanto, não reservou apenas alegrias ao reduto de descendentes portugueses. A sorte mudou quando um dos irmãos, Nando, cruzou o caminho da ditadura.
Por ter integrado o Plano Nacional de Alfabetização idealizado por Paulo Freire, ele foi visto como subversivo pelo regime militar. Chegou a ser preso e torturado. Com medo de prejudicar a carreira dos irmãos, decidiu pendurar as chuteiras aos 26 anos. A família atribui a não convocação de Edu, craque do América-RJ, para a Copa de 1970, e de Zico, para os Jogos Olímpicos de 1972, a uma suposta interferência dos militares que monitoravam os passos de Nando.

Apesar de sua família abrigar o primeiro ex-jogador anistiado como perseguido da ditadura, Zico, hoje comentarista do Esporte Interativo, hesita em condenar manifestações que clamam por intervenção militar no país, com uma ressalva: “O Brasil precisa de ordem e disciplina, não de ditadura”. Em entrevista ao EL PAÍS, o Galinho de Quintino ainda fala sobre Copa do Mundo, exalta Neymar, compara Adriano Imperador a Mané Garrincha e implora aos dirigentes cariocas para que devolvam ao povo o templo do futebol onde edificou sua idolatria.

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