quinta-feira, 24 de agosto de 2017

TRAVESSIA DO INFERNO: Há oito meses, Aratu Online apontou problemas em lanchas que realizam o serviço

  
Mais uma crônica de uma tragédia anunciada. Em agosto do ano passado, exatos oito meses atrás, o repórter do Aratu Online, Diogo Henrique, embarcou em uma das lanchas que faz a travessia Salvador Mar Grande e apontou as diversas falhas estruturais que o sistema apresentava.
Excesso de pessoas, quantidade de equipamentos de segurança defasada, número pequeno de banheiros e problemas de iluminação foram algum dos pontos detectados pelo jornalista e confirmados pelos passageiros.
O que à época poderia ter soado como exercício de futurologia, se confirmou em tragédia no início da manhã desta quinta-feira (24/8). Confira mais uma vez a reportagem que, infelizmente, não poderia ser mais atual:
O serviço das lanchas que faz a travessia marítima Salvador-Mar Grande não tem agradado nem um pouco aos usuários que precisam do transporte. O valor da passagem custa R$5,30 de segunda a sábado e R$7,10 aos domingos e feriados. Por isso, quem precisa fazer o trajeto todos os dias ou até mesmo de forma alternada reclama, principalmente, da falta de conforto dos equipamentos, além da precariedade do atendimento e segurança.
De acordo com informações de moradores locais, um dos maiores problemas é a ausência de estrutura no terminal náutico de Mar Grande, onde falta banheiro, iluminação adequada, reparos no piso para pessoas com deficiência e preparo de pessoal para atender o público (tanto em terra quanto durante a travessia).

A estudante Eduarda Albuquerque, de 18 anos, é moradora da Ilha de Mar Grande, que fica no município de Itaparica, e estuda em uma faculdade na capital baiana. Ela conta que precisa fazer o percusso todos os dias e um dos maiores problemas enfrentados é a superlotação das lanchas nas horas de ‘pico’.
“É muita gente para uma lancha pequena, e eu não concordo que as pessoas vão em pé. Além disso, eu acho o valor cobrado pelas empresas está muito alto”, diz.
Ela conta também que já fez a viagem, que leva cerca de 45 minutos, em pé: “Já viajei em pé, por isso acho que deveria ter mais lanchas e os bancos poderiam ser mais confortáveis”
No verão, por conta do aumento no fluxo de passageiros, a coisa fica ainda mais complicada. As filas se tornam enormes e os usuários do sistema precisam ficar expostas ao sol e a chuva pela falta de estrutura dos terminais, gerando assim mais confusão e complicando a mobilidade.
Henrique Macedo, de 64 anos, não é morador da Ilha, e conta que após se aposentar resolveu passar uns dias na cidade. Ele explica que frequenta a ilha há cerca de 20 anos e revela que desde sempre o serviço é de péssima qualidade.
“No verão eu venho passar um mês aqui. Eu me aposentei e vim passar uns dias na casa da minha sogra, mas já estou querendo retornar para Salvador”, disse.
O aposentado explica ainda que o atendimento dos funcionários é terrível e conta que já tentou fazer reclamações, mas não teve sucesso: “Os funcionários daqui precisam mudar, parece que não receberam educação. Sem falar que nunca tem ninguém para ouvir as queixas da população”.


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